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Tensão Diplomática Entre a Líbia e a Suíça


O estado de tensão diplomática entre a Suíça e a Líbia continua a experimentar novos desenvolvimentos, isto depois do líder líbio, Mohamar Gadhafi, ter anunciado uma série de medidas retaliarias e de protesto contra a detenção do seu e filho e nora, em Genebra, Suíça, no passado dia 15 de Julho. Um dos filhos de Gadhafi e a sua respectiva esposa foram detidos pelas autoridades judicias daquele país europeu sob acusação de terem abusado fisicamente de pessoal de apoio doméstico ao seu serviço.

O filho mais novo do líder líbio, Hanibal Gadhafi, de 32 anos de idade e a sua mulher , Aline, que esta grávida, encontravam-se hospedados num luxuoso hotel na Suíça, quando foram detidos.

Um juiz suíço acusou o casal de terem infligidos danos físicos e de terem recorrido a ameaças e à força física contra dois dos seus empregados domésticos.

O casal acabaria, entretanto, por deixar aquele país europeu, mediante o pagamento de uma caução calculada em meio milhão de dólares.

Mas, desde que regressaram à Líbia, a atitude da justiça suíça parece ter, definitivamente, irritado o Mohamar Ghadafi, que anunciou, em jeito de retaliação, uma série de medidas contra aquele país europeu.

Kurt Spillman, antigo director do Centro de Políticas de Segurança de Zurique reconhece ter ficado surpreendido com a reacção dos líbios a este incidente diplomático: “É surpreendente a rapidez com que isso evoluiu e penso que podemos ter subestimado a velocidade com que o caso se desenvolveria, devido, em parte, ao sistema político da Líbia, inteiramente estranho à Suíça, que não é democraticamente controlado. Por conseguinte, na Líbia, um só homem pode assumir decisões imediatas e drásticas”.

A vinganca de Mohamar Ghadafi foi, realmente, imediata e de grande impacto. Nos últimos dias, dois cidadãos suíços foram detidos na capital líbia, Tripoli, acusados de terem violado as leis de imigração daquele país do Norte de África.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros suíço, os dois cidadãos suíços detidos trabalhavam, respectivamente, para uma empresa, Suíço-Sueca de tecnologia ,a ABB, e para a Nestlé. Encontram-se ambos detidos em precárias condições numa cela única, com 20 outros presos locais.

Naquela que pode ser, entretanto, considerada a mais drástica decisão, a companhia de transportes marítimos da Líbia anunciou o cancelamento de todas as exportações de petróleo líbio para a Suíça e a proibição a navios suíços de entrarem nos portos líbios. Berna não foi, entretanto, ainda notificada a propósito.

Recorde-se que a Líbia é o principal exportador de petróleo para a Suíça, com mais de metade do petróleo consumido por aquele país europeu.

Mas, apesar de considerar deplorável a situação, o director da companhia de combustíveis suíça, Rolf Hartl, acredita que a crise será superada: “Pessoalmente penso que não temos muito com que nos preocupar, já que o negócio voltará, decerto, ao ponto da normalidade. E, mesmo que venha a haver uma redução do abastecimento de petróleo ao país, isso será compensado por outros meios. E penso que isso não afectara o preço dos combustíveis nas gasolineiras suíças”.

Aquele funcionário sublinha ainda o facto das reservas petrolíferas serem suficientes para mais de quatro meses, por certo margem de manobra que permitiria à Suíça recorrer a outras fontes de importação.

Mas, Mohamar Gadhafi, insiste que as autoridades helvéticas devem apresentar a Líbia desculpas formais, pela detenção do seu filho e nora, antes da normalização das relações entre os dois países.

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