Lideres dos oito
maiores países industrializados do mundo encontraram-se com chefes de estado
africanos para discutir a crise política no Zimbabwe. Os lideres africanos
estão divididos sobre o reforço de sanções contra o presidente Mugabe.
A crise política
no Zimbabwe dominou mais de três horas de conversações entre os lideres do
Grupo dos Oito e os chefes de estado da África do Sul, Argélia, Gana, Etiópia,
Nigéria, Senegal e Tanzânia.
Os Estados Unidos
elaboraram um projecto de resolução das Nações Unidas que reforça sanções
incluindo um embargo de armas e uma proibição de viagens contra o presidente
Mugabe e seus aliados. Mugabe venceu a segunda volta das eleições presidenciais
boicotada pelo seu adversário e líder da oposição Morgan Tsvangirai devido a
ataques contra apoiantes da oposição.
Falando a
jornalistas na cimeira do G-8 no Japão, o presidente Bush disse que os lideres
do G-8 escutaram muito cuidadosamente os seus colegas africanos sobre as suas
preocupações sobre o que esta a acontecer no Zimbabwe.
"Estou
profundamente preocupado com o povo do Zimbabwe. Estou extremamente desapontado
com as eleições que considero terem sido vergonhosas".
Bush falou tendo
ao seu lado o chefe de estado tanzaniano Jakaya Kikwete, que é o presidente em
exercício da União Africana. A cimeira da União Africana na semana passada no
Egipto apelou para conversações para se criar no Zimbabwe um governo de unidade
nacional, mas não endossou sanções. Kikwete disse a Bush que, como amigos,
terão de chegar a um acordo sobre a melhor forma de lidar com o assunto.
"As preocupações
que manifestou são na verdade as preocupações de muitos de nos no continente
africano. Na ultima cimeira da União Africana, muitos lideres expressaram a sua
insatisfação pela forma como as coisas aconteceram. Mas concordamos também com
o caminho a seguir. A única área onde poderemos diferir e o caminho a seguir. A
sua posição e diferente da africana".
O assessor do
presidente Bush para os Assuntos Económicos Internacionais, Dan Price, disse
aos jornalistas que nem todos os líderes africanos estão em posição de apoiar
sanções nesta altura. Mas sublinhou haver um amplo consenso entre o G-8 e os
lideres africanos sobre a necessidade da comunidade internacional se unir por
detrás de uma abordagem comum a crise política no Zimbabwe.
A porta-voz da
Casa Branca, Dana Perino, disse que alguns lideres africanos estão a trabalhar
com vista a um acordo de partilha do
poder no Zimbabwe e que os Estados Unidos aguardam pela sua elaboração para o
poderem apreciar. Por exemplo, disse, um tal acordo inclui o presidente Mugabe
?
Perino afirmou
que o actual governo não reflecte a vontade dos zimbabueanos que votaram por
uma mudança nas eleições de 29 de Marco. O partido da oposição, Movimento para
a Mudança Democrática, obteve a maioria dos assentos parlamentares naquelas
eleições. O candidato da oposição Morgan Tsvangirai venceu Robert Mugabe na
primeira volta das presidenciais, mas não obteve a maioria de 50 por cento mais
um para evitar uma segunda volta.
Robert Mugabe,
que governa o Zimbabwe desde 1980, afirmou estar preparado para falar com
opositores políticos, mas primeiro terão de o reconhecer como o presidente
legitimamente eleito.