O
mais importante negócio fora do sector petrolífero entre companhias angolanas e
norte-americanas não correu tão bem como corre o negócio de compra e venda do
<crude>. Inspirado no projecto <Angola Day> organizado há pouco
mais de um ano pela embaixada de Angola nos Estados Unidos da América, a
empreitada deveria levar o grupo GEMA, e a BBJA dos Estados Unidos a
construírem em Benguela, uma fabrica de cimento.
Estimado
em 210 milhões de dólares norte-americanos, o projecto reservava 70 por cento
da sociedade aos norte-americanos. Um alegado impasse que a Voz da América não
pode confirmar junto da BBJA, levou o grupo GEMA a juntar-se à ESCOM companhia
afecta ao grupo Espírito Santo, e detentora de vários interesses em Angola.
As
duas empresas são agora parceiras no projecto de construção de uma fábrica de
cimento no Kwanza-Sul. José Leitão, presidente do grupo GEMA, explicou à Voz da
América em Washington, o que foi que se passou nas negociações com a BBJA.
<
Nós estivemos em negociações durante cerca de um 1 ano, e quando chegou o
momento de se colocar recursos financeiros o grupo BBJA queria que fossemos nós
a pagar a quota deles. Dissemos que não>.
O
colapso desfez a relação entre os dois grupos, mas de acordo com José Leitão, o
Grupo Gema mantém o olho no mercado norte-americano.
<Estamos
abertos a todos que quiserem negociar. Basta que haja entendimento...Se um dia
tivermos acesso a uma terceira operadora de telemóveis quem sabe se eles não
farão parte de um eventual consórcio?!>.
Com
uma carteira de negócios a rondar os 2 mil milhões de dólares, o Grupo Gema não
descura a possibilidade de crescer um pouco mais, por via da entrada na bolsa
de valores de Angola quando esta for criada.
<Nós
já fomos convidados, e estamos a ponderar. Na melhor altura decidiremos>.
Até
chegar à actividade empresarial José Leitão da Costa e Silva foi um dos homens
mais influentes no governo de Angola.
Foi, sucessivamente, Secretário para os Assuntos Jurídicos do presidente
José Eduardo dos Santos, de que foi também mandatário da campanha eleitoral em
1992, desempenhou igualmente os cargos de secretário do Conselho de Ministros,
chefe de Gabinete, e da Casa Civil de José Eduardo dos Santos. A política diz,
ficou para trás. Disto só lhe interessa a experiência e envolvimento ao longo
de muitos anos em programas do governo.
<Nós
tínhamos programas e planos de acção que eram bem feitos e bem preparados, cujo
cumprimento integral nem sempre eram bem feito. Isto tudo pertenceu a uma fase,
faz parte do passado. Agora faço parte do mundo dos negócios, e é nisto que
estou empenhado>.