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Iraque: Conferência Internacional em Estocolmo


Durante uma conferência patrocinada pela ONU, que vai realizar-se em Estocolmo para definir um projecto para a reconstrução do Iraque, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, apelou, ontem, para uma maior ajuda para reduzir a dívida externa do seu país.

A Conferência de Estocolmo reuniu representantes de cerca de cem países, naquele que foi o primeiro balanço anual destinado a rever o chamado Compacto Internacional para ao Iraque, que foi iniciado no ano passado, na estância turística egípcia de Sharm el-Sheik. O processo destina-se a gerar um aumento do apoio internacional ao Iraque, em troca de reformas políticas e económicas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki moon, abriu a sessão com uma nota de optimismo: “Há uma esperança renovada de que o povo e o governo do Iraque estejam a ultrapassar os enormes desafios e estão a cooperar para reconstruir o seu país depois de anos de guerra, de ditadura e de negligência.”

A conferência adoptou por unanimidade a Declaração de Estocolmo reconhecendo os esforços feitos pelo governo iraquiano para melhorar a segurança e combater o terrorismo e a violência sectária. Mas, mais do que declarações formais de apoio, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, visava obter um alívio da dívida externa, no valor de 67 mil milhões de dólares, a maior parte da qual remonta a mais de 30 anos atrás e inclui compensações devidas ao Kuwait em resultado da invasão ordenada, em 1991, por Saddam Hussein. Disse Maliki: “Nós participamos nesta conferência para demonstrar as várias necessidades do Iraque e para buscar apoio da comunidade internacional para os nossos esforços de reconstrução.”

Mas, enquanto a maioria dos países enviou os chefes das suas diplomacias, incluindo a Secretária de Estado Condoleezza Rice, os Ministros dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita e do Kuwait não compareceram. O governo saudita enviou um subsecretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, o mesmo sucedendo com a presença do Kuwait. Resta acrescentar que a maior parte da dívida externa é devida àqueles dois países vizinhos do Iraque.

Ao abrigo dos acordos existentes, o Iraque tem que pôr de lado cinco por cento das suas receitas petrolíferas como pagamento das compensações. O governo de Bagdade afirma que isso irá custar-lhe 3,5 mil milhões de dólares, só este ano.

O primeiro-ministro iraquiano disse que o seu governo vai fazer avançar planos para realizar eleições provinciais em Outubro deste ano, conforme previsto, o que, de certa forma, não coincide com a declaração feita pelo general David Petraeus, comandante das forças americanas no Iraque o qual disse que seria mais natural esperar que as eleições tivessem lugar em Novembro.

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