A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que está a ser inundada com pedidos de assistência de emigrantes na África do Sul, desesperados para regressarem aos seus países. Aquela agência da ONU fez um apelo preliminar de 350 mil dólares para que possa começar a efectuar o retorno desses emigrantes aos seus países de origem.
A OIM disse que milhares de estrangeiros que tentam deixar a África do Sul na sequência dos ataques xenófobos necessitam urgentemente de assistência humanitária.
O governo de Maputo revelou que 20 mil moçambicanos regressaram já ao seu país. A Cruz Vermelha informou que cerca de 25 mil zimbabweanos foram para a Zâmbia, enquanto milhares de outros zimbabweanos estão a ir para outros países da África Austral.
A porta-voz da OIM, Jemini Pandya, disse que os 350 mil dólares solicitados destinam-se a fornecer artigos não-alimentares a vários milhares de emigrantes e ajudar cerca de 500 para se reintegrarem nos seus países. Disse que isto e apenas uma fracção para as milhares de pessoas que a OIM estima poderem necessitar de transporte e outra assistência para regressarem ao país. Disse Jemini Pandya: “Como acontece frequentemente, as pessoas escapam à violência com absolutamente nada e isso inclui documentos, passaportes e dinheiro. Por isso, quando damos assistência para regressarem ao país, está incluída ajuda para obterem documentos para que possam atravessar a fronteira.”
Pandya acrescentou que, quando os emigrantes regressam a casa, necessitam de ajuda para se abrigarem, comerem e possuírem algum dinheiro para as primeiras necessidades.
Os ataques xenófobos na África do Sul começaram há duas semanas. O governo sul-africano informou terem sido mortas 56 pessoas, mais de 650 ficaram feridas e 35 mil outras ficaram sem casa. Agências de auxílio dizem que o número real de pessoas deslocadas é de, pelo menos, 80 mil.
Michael Klaus, porta-voz da UNICEF informou que a sua agência está a fornecer assistência de emergência a mulheres e crianças vulneráveis em áreas duramente atingidas pela violência. Diz ele: “Distribuímos artigos de higiene, cereais fortificados e roupas para as crianças. A África do Sul está a encaminhar-se para o Inverno e ,nas áreas de Joanesburgo e Pretória, as temperaturas baixam dramaticamente, sendo absolutamente necessárias roupas quentes.”
Klaus disse que muitos dos deslocados pela violência são bebés e crianças de tenra idade. Por isso, acrescentou, a UNICEF está a fornecer também brinquedos. Disse, igualmente, estarem a ser montados centros de dia e parques infantis para dar um pouco de estabilidade a crianças traumatizadas.