Links de Acesso

Normalizar a Migração Económica


Autoridades da África Oriental procuram formas de gerir o crescente fenómeno da imigração. Muitos países vêem o êxodo de mão-de-obra como uma ameaça, enquanto outros vêem o facto como um impulso para o desenvolvimento. O fluxo de imigrantes económicos na África Oriental poderá ser maior do que o existente na África Ocidental.

Tem-se falado muito sobre a fuga de cérebros de países subdesenvolvidos atraídos por empregos mais bem remunerados no estrangeiro. E existem também muitas historias de horror sobre imigrantes económicos vitimados por transportadores desonestos ou afogados quando os seus barcos naufragam a caminho de outras costas.

Na abertura de uma conferencia sobre a matéria a decorrer esta semana na sede da União Africana em Adis Abeba, o chefe da Organização Internacional das Migrações, Brunson McKinley, afirmou que se a imigração for gerida correctamente, tanto os países remetentes como os países recipientes poderão tirar benefícios.

“Existe um consenso crescente sobre a imigração e o desenvolvimento. O consenso não está só num lado ou no outro, não é positivo ou negativo. Penso que o consenso na comunidade internacional hoje em dia sobre a migração é de que há tanto custos como benefícios, elementos negativos e positivos”.

McKinley apelou aos representantes dos países da África Oriental para instituírem leis e políticas que maximizem os benefícios do êxodo de mão-de-obra e minimizem os aspectos negativos.

O comissário para os Assuntos Sociais da União Africana, Bience Gawanas, afirmou que a chave para normalizar a migração económica assenta em acordos entre países de origem e países recipientes sobre a protecção dos direitos dos imigrantes.

“Porque é que os africanos devem apenas imigrar clandestinamente? Quando chegam ao seu destino, quer por meios legais ou ilegais, trabalham e contribuem nesses países. E a forma exploradora e a negação dos direitos dos imigrantes, sejam legais ou ilegais, que devemos analisar”.

A conferencia de três dias reúne representantes da Etiópia, Somália, Quénia, Sudão e Uganda, considerados países de origem, bem como países de transito como o Chade, Egipto, Líbia, Niger, Tunísia e Yemen.

O destino dos imigrantes da África Oriental são principalmente os países do Médio Oriente. Números oficiais estimam que existam mais de 50 mil etíopes a trabalhar no Líbano, a maioria deles de uma forma ilegal.

XS
SM
MD
LG