Aumentam as preocupações sobre um possível atraso na realização de uma segunda volta das eleições presidenciais de Novembro. A organização zimbabweana. Advogados para os Direitos Humanos fazem notar que qualquer atraso, para além de 21 dias a partir de 2 de Maio, será uma violação da lei.
A comissão eleitoral do Zimbabwe presidida pelo juiz George Chiweshe, nomeado pelo presidente Robert Mugabe, já afirmou que vai decidir sobre a data para a segunda volta das eleições presidenciais. A sua declaração foi publicada no jornal estatal, “Sunday Mail”.
Segundo a comissão eleitoral, uma segunda volta é necessária porque nenhum dos candidatos ganhou cinquenta por cento dos votos nas eleições de 29 de Março. A contagem mostra, contudo, que o candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, obteve mais votos que o presidente Robert Mugabe.
Foram precisas cinco semanas para que a comissão eleitoral anunciasse os resultados e os advogados consideram que esse atraso é um abuso da lei eleitoral.
Há agora notícia em meios de informação ligados à ZANU-PF que a segunda volta será atrasada, em pelo menos, 40 dias. Os advogados queixaram-se que mais de 120 membros da comissão eleitoral continuam detidos. A maior parte dos presos são professores e o seu sindicato disse que a comissão pouco fez para ajudar os detidos.
Quando os resultados foram anunciados, o secretário-geral do partido no poder, Emerson Mnangagwa, afirmou que o Movimento para a Mudança Democrática tinha subornado membros da comissão. Mnangagwa referiu se a uma recontagem de 23 círculos eleitorais onde, contudo, essa recontagem não produziu uma alteração do resultado final. O secretário da ZANU disse que o seu partido vai contestar os resultados de 52 outros círculos eleitorais junto do tribunal eleitoral, que ainda não foi estabelecido.
O Movimento para a Mudança Democrática disse que irá também contestar o resultados de dezenas de círculos eleitorais, que diz ter ganho.
Os advogados para os Direitos Humanos apelaram ao fim imediato da violência política e apelaram à polícia, ao exercito, aos serviços secretos, às milícias da ZANU e aos chamados veteranos da guerra para que ponham termo aos ataques contra pessoas suspeitas de votarem pela oposição.Aquela organização pediu para que observadores internacional e regionais sejam imediatamente admitidos no Zimbabwe e que todos os observadores locais recebam autorização para continuar o seu trabalho, sem que seja preciso pedir nova acreditação.
De acordo com a Associação dos Médicos do Zimbabwe para os Direitos Humanos, a violência política aumentou grandemente, na semana passada, e, até agora, cerca de 700 pessoas receberam tratamento médico e muitas outras foram admitidas em hospitais com ferimentos graves.
Muitos milhares de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas e as milícias ocuparam várias dessas casas. O Movimento para a Mudança Democrática diz que, pelo menos, 20 dos seus membros foram mortos.