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Nações Unidas Discutem Crise Alimentar


A reunião, chefiada pelo Secretário Geral da organização, Ban Ki Moon, realiza-se nos dias 28 e 29 de abril, na capital Suíça, Berna.

Trata-se de um encontro de emergência que reúne dirigentes de 30 agências das ONU. Em debate: formas de enfrentar a crise provocada pelo aumento dos preços dos alimentos básicos em todo o mundo.

Participam ainda dessa reunião, o presidente do Banco Mundial e o Director Executivo do Fundo Monetário Internacional.

Diz o Secretário Geral da ONU que a acentuada alta no preço dos alimentos gerou uma crise global. Para Ban Ki Moon, o encontro de Berna, patrocinado pelas Nações Unidas, terá de encontrar soluções para esse problema que tem como consequências directas o aumento da pobreza, da fome e da instabilidade no mundo.

As Nações Unidas estimam que, pelo menos, cem milhões de pessoas, habitantes das regiões mais pobres, não terão condições de comprar comida. Também por causa do constante aumento dos custos, o Programa Mundial contra a Fome tem dito que o orçamento previsto para este ano não lhe permitirá alimentar todos os famintos. Para fazer face ao aumento das despesas, o Programa apela à doação de uma verba adicional de 750 milhões de dólares.

Em função da alta dos alimentos, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados alerta para a difícil situação por que devem passar milhões de pessoas refugiadas ou deslocadas internamente.

O porta-voz da Agência, Ron Redmond, afirmou a propósito que a maior parte dessas pessoas dependente totalmente de doações da comunidade internacional. «Este aumento dramático do preço dos alimentos pode ser o gatilho para a instabilidade, especialmente em países pobres. Daí a preocupação da nossa agência. Até por que já estamos a ver isso acontecer em vários países. Evidentemente, o aumento dos deslocados pode gerar mais conflitos e instabilidade nesses países», afirmou Redmond.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, por seu turno, tem lançado alertas sobre o acentuado aumento no preço dos cereais que já deixou 37 países em situação de emergência. Esses aumentos foram autênticas faíscas, estando na origem de tumultos em várias nações, entre elas, Burkina Faso, Camarões, Costa do Marfim, Egipto e Senegal.

Além de a crise alimentar, a reunião de dois dias que começou nesta segunda-feira, 28, em Berna, na Suíça, tratará ainda de questões ligadas às mudanças climáticas. Serão exploradas formas de ajudar os países mais pobres a se adaptarem a essas mudanças. A controversa questão dos biocombustíveis estará certamente entre os tópicos de debate.

Os críticos argumentam que o cultivo de sementes destinadas à produção de biocombustíveis tem levado a uma diminuição da área agrícola usada para plantação de produtos alimentares. Daí, o aumento no preço dos alimentos. Tem inclusive quem apele a uma moratória na produção de biocombustíveis, ou seja, um adiamento dessa produção.

O encontro de Berna deve levar à elaboração de um plano de emergência contendo medidas que permitam solucionar imediatamente a crise alimentar global. Problemas de longo prazo ligados à questão alimentar deverão igualmente ser analisados.

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