A situação no Zimbabwe continuou na semana passada a ser o tópico africano a receber mais atenção nos grandes jornais americanos. E como seria de esperar o boicote dos países da região ao descarregamento de armas chinesas para o governo de Robert Mugabe mereceu atenção especial.
O New York Times publicou uma reportagem sobre a decisão de Angola de não permitir que um navio chinês descarregasse em Luanda armas para o Zimbabwe. A África do sul e Moçambique já tinham decidido o mesmo.
Para a correspondente Celia Dugger a decisão de Angola foi - citamos - a ultima e surpreendente prova do sucesso da campanha internacional contra o governo do Zimbabwe.
Escreveu a correspondente do NY Times - "Angola é há muito vista como um dos aliados mais fortes do Presidente Robert Mugabe e a sua decisão de bloquear a entrega de armas é mais um sinal que a solidariedade tradicional da região com Mugabe, o herói da libertação da dominação branca em 1980, está a enfraquecer”.
Já Scott Baldauf e Peter Ford do Christian Science Monitor escreveram uma reportagem conjunta, datada de Nairobi e Pequim, sobre os efeitos para a imagem da china do envio de armas para Robert Mugabe e a recusa dos países africanos permitirem o seu descarregamento.
A controvérsia internacional, afirma a reportagem serve para ilustrar os problemas com que a china depara no seu crescente envolvimento em África e as dificuldades em evitar a política interna africana. Pequim afirmou que tinha decidido fazer regressar as armas.
Afirmaram Baldauf e Ford: "O navio tornou se num embaraço internacional para a china numa altura em que a imagem do país já foi afectada pelos problemas em redor da viagem da chama olímpica. A decisão aparente das autoridades chinesas de não prosseguir em tentar entregar os morteiros, rockets e munições parece ter como objectivo reduzir o impacto do incidente”.
Uma das consequências da crescente crise no Zimbabwe é o numero de zimbaiwanos que fogem para os países vizinhos. O New York Tiems publicou uma extensa reportagem sobre a questão, reportagem essa não assinada para obviamente proteger o repórter que a fez a partir do Zimbabwe. Na África do sul a onda de refugiados é conhecida como o Tsunami Mugabe e o NY times fez notar como as características da onda de refugiados está a mudar.
"No passado, um numero sem fim de homens zimbabwianos fugiram para a África do sul para aí serem condutores de Taxis ou para trabalharem na construção e enviarem dinheiro para casa. Mas hoje em dia muitos dos zimbawianos que fogem são mulheres e crianças que estão dispostas a assumir riscos consideráveis para abandonarem o seu pais de vez”.
Antes de terminarmos uma menção a uma reportagem do CS Monitor datada de Kahrtum no Sudão e que versava o facto de sudaneses se oporem a apelos a um boicote ás olimpíadas de Pequim devido á situação em Darfur. O governo chinês tem apoiado o governo sudanes e isso tem motivado apelos a um boicote.
Mas Rob Crilly afirma na reportagem que atletas sudaneses alguns dos quais das etnias que têm sido vitimas de em Darfur se opõe a um boicote.