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Manifestações Anti-Mugabe na África do Sul


As manifestações políticas estão proibidas no Zimbabwe, mas na vizinha África do Sul, zimbabweanos exilados manifestaram-se, ontem, apelando para a divulgação dos resultados das eleições presidenciais do mês passado. Foi durante um comício realizado junto ao local onde estavam reunidos os parlamentares de mais de uma centena de países.

Uma mão cheia de emigrantes do Zimbabwe desfilaram frente ao centro de convenções, onde delegações parlamentares de mais de 120 países para a reunião anual da União Inter-Parlamentar. O organizador da manifestação, Bongani Tagurenyika querem que os parlamentares pressionem o Zimbabwe em tornar público o resultado das eleições presidenciais, que tiveram lugar há mais de duas semanas: “ Precisamos que o mundo nos ajude, porque sozinhos não o podemos fazer. Precisamos que o mundo nos ajude.”

A manifestante Barbara Mondiwa afirma recear que será necessário que a violência se generalize no Zimbabwe para motivar uma intervenção global:“Eles não devem esperar para que as pessoas morram para intervir. Nós precisamos de ajuda, agora.”

Muitos dos manifestantes envergavam camisas com a palavra “crise” escrita a vermelho, numa crítica às declarações do presidente Thabo Mbeki, feitas na semana passada, ao avaliar a situação no Zimbabwe. Activistas afirmam que o comentário de Mbeki está a gerar um aumento da violência contra os refugiados zimbabweanos que se encontram na África do Sul. Braan Hanekom é membro da organização Pessoas contra o Sofrimento, Opressão e Pobreza: “Os ataques xenófobos têm vindo a aumentar, principalmente devido ao grande número de zimbabweanos refugiados na África do Sul e um comentário como aquele feito por Thabo Mbeki apenas agrava a situação ainda mais.”

Apenas um pequeno grupo de deputados que participavam na conferência inter-parlamentar prestou atenção à manifestação que decorria em frente ao edifício.

A Comissão dos Direitos Humanos da União Inter-parlamentar tem vindo a investigar a prisão e o espancamento de vários políticos zimbabweanos da oposição durante os últimos anos. A presidente daquela comissão, Sharon Carstairs, do Canadá, afirma que o Zimbabwe não cooperou com as investigações:“E é triste dizer, não tem havido qualquer resolução para nenhum dos casos – ou mesmo numa base regular – comunicação entre o governo do Zimbabwe no que diz respeito aos seus abusos”.

Vários líderes de parlamentos da África Austral tornaram público um comunicado apelando ao Zimbabwe para que torne públicos os resultados eleitorais. Um comunicado mais alargado, representando todos os países participantes, deverá ser divulgado esta sexta-feira.

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