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Bissau: Educação, Sector em Crise


De acordo com as Nações Unidas, a Guiné-Bissau dispõe de um dos piores sistemas escolares do Mundo. Os professores passam meses sem receber os seus salários e recorrem frequentemente à greve. A repórter da VOA, Phuong Tran, deslocou-se à localidade de Canchungo, onde os estudantes estão a apelar ao governo para manter os professores nas salas de aula. Quanto aos professores dizem que as suas reivindicações estão a ser ignoradas.

O Liceu Ho Chi Minh situa-se a cerca de 70 Km de Bissau. Muitos dos estudantes ajudam as suas familias nas lidas do campo. O estudante Norberto Paulo Mendes partilha o seu tempo entre essas actividades e a escola. Diz Mendes: ”O meu pai e a minha mãe são muito pobres, portanto não tenho dinheiro para pagar a escola. Tenho que encontrar empregos para conseguir pagá-la. Espero que me possam ajudar, estou muito cansado.”

O ano escolar na Guiné-Bissau é, normalmente, imprevisível. Os professores fazem greve frequentemente para exigirem salários que o governo não pode pagar. Há cinco anos atrás, o ministro da Educação anulou o ano escolar porque os professores só tinham dado 10 por cento da matéria do currículo. Apesar de ter feito greve no ano passado, o professor Marciano Alfredo Cumba, disse-nos que o governo ainda lhe deve um ano de salário. Por seu turno, o estudante Jean Batista Mendes, acha que já é tempo que os professores recebam aquilo que lhes é devido.

Especialistas em desenvolvimento dizem que o orçamento guineeense está desiquilibrado e que devia privilegiar a educação, em vez do sector da defesa. Contudo, entidades oficiais guineenses argumentam que golpes militares periódicos, a rebelião na região fronteiriça senegalesa de Casamance e as pensões que tem que pagar a grande número de ex-combatentes da guerra pela independência, aumentaram grandemente o orçamento do sector militar. No entanto, o orçamento de 2008 revela que estão a ser feitos esforços para aumentar as despesas no sector da educação.

O estudante Norberto Paulo Mendes afirmou-nos que esperava que as coisas melhorassem, acrescentando que estava disposto a arriscar uma carreira no sector da educação: ”Gostaria de ser um professor. Acho que eles vão pagar muito melhor aos professores.”

Um dos administradores escolares, Carlito Mendes, de 30 anos de idade, disse-nos que o governo também necessita de resolver os problemas actuais.

Más instalações e salários em atraso, são problemas que estão a afectar grandemente o sector da educação na Guiné-Bissau.

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