No Zimbabwe, o partido ZANU-PF, do presidente Robert Mugabe, perdeu as eleições legislativas. Resultados oficiais ontem divulgados indicam que o Movimento para a Mudança Democrática, MDC, conseguiu 109 lugares no Parlamento contra 97 da ZANU-PF.
A comissão eleitoral zimbabweana ainda não divulgou, contudo, os resultados das eleições presidenciais. Também ontem, o MDC, o partido do líder da oposição, Morgan Tsvangirai, reivindicou vitória nas presidenciais. Os meios de comunicação oficiais zimbaweanos admitiram, no entanto, que nenhum dos candidatos tinha conseguido mais de 50% dos votos necessários para evitar uma segunda volta.
Entretanto, o MDC citou uma fonte independente, a Rede de Apoio às Eleições no Zimbabwe, cuja contagem mostra o candidato presidencial Morgan Tsvangirai à frente de Robert Mugabe, com uma percentagem de 50,3 por cento dos votos. Até ao momento, não foi ainda anunciada numa contagem oficial relativamente às presidenciais.
Caso a percentagem agora atribuída a Tsvangirai esteja correcta, isso quererá dizer que não é necessária uma segunda volta das presidenciais, que teria que se realizar no prazo de 21 dias. Mas, estando garantida uma vitória do candidato do MDC essa segunda volta será desnecessária.
Diz o secretário-geral do MDC, Tendai Biti: “Uma segunda volta no prazo de 21 dias, é o que diz a lei. Se for esse o caso, o nosso partido irá contestar a realização de uma segunda volta. Nós estamos esperançados que haja um reconhecimento dos resultados porque, uma segunda volta poderá apenas conferir a Tsvangirai uma margem de vitória ainda maior e mais embaraçosa. Não há dúvidas quanto a isso!”
Biti diz esperar que o presidente Mugabe chegue à conclusão de que qualquer segunda volta irá infligir-lhe uma esmagadora derrota. E acrescenta que a avaliação feita pelo MDC sobre os resultados eleitorais é feita com base nos votos verificados pela Comissão Eleitoral do Zimbabwe em cada assembleia de voto.
Analistas políticos afirmam que as margens são tão pequenas que o MDC poderá que ter que aceitar uma segunda volta, devido a disputas que possam surgir numa ou outra assembleia eleitoral por questões técnicas.
Entretanto, o partido ZANU-PF descreveu a contagem apresentada pelo MDC relativamente às presidenciais como ilusória. O porta-voz do partido de Mugabe, Bright Matonga, afirma que nenhum partido pode reivindicar a vitória do seu candidato, mas admitiu que o presidente Mugabe poderá ser forçado a uma segunda volta.