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Washington Pressiona Harare a Divulgar Resultados


Os EUA exortaram a Comissão Eleitoral do Zimbabwe para divulgar rapidamente os resultados finais das cruciais eleições realizadas no sábado. Um porta-voz do Departamento de Estado comentou que o adiamento apenas aumenta a possibilidade de fraude no processo de contagem dos votos.

Funcionários do Departamento de Estado americano fizeram coro com outros governos e figuras da oposição zimbabweana, expressando preocupação quanto à lentidão do processo de contagem dos votos das eleições de sábado.

A administração Bush havia referido, antes da votação, a possibilidade da ocorrência de várias irregularidades que poderiam pôr em causa a realização de eleições livres e justas.

Apenas com resultados fragmentados disponíveis, o porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey, lamentou o ritmo lento em como a contagem oficial dos votos está a decorrer.

Casey exortou a Comissão Eleitoral do Zimbabwe para que torne pública a totalidade dos resultados, incluindo os das eleições presidenciais, o mais depressa possível: “Nós sublinhámos algumas das preocupações que tínhamos ao iniciarmos este processo, com potenciais problemas na contagem dos votos. E, para nós, o que é importante é que não vemos qualquer irregularidade neste processo. Certamente que as oportunidades de fraude aumentam quanto maior for a demora entre as eleições e o anúncio do resultado final”.

Entre os problemas citados pelas autoridades americanas no período que antecedeu a votação foram as imprecisões contidas nas listas de eleitores e a superabundância de votos entregues à polícia e às forças de segurança, para além dos actos de intimidação, incluindo a colocação de polícia nas assembleias de voto, em violação do acordo eleitoral mediado pelos países vizinhos do Zimbabwe.

Na segunda-feira, o porta-voz do Departamento de Estado lançou um apelo directo aos membros da Comissão Eleitoral, dominada por individualidades pró-governamentais, para que pusessem de lado simpatias partidárias e fizessem o que têm a fazer, ou seja: para que obedeçam à letra e ao espírito da lei, garantindo uma contagem dos votos honesta e precisa.

Casey disse que aos dez diplomatas americanos, que se contavam entre os observadores lhe foi dado acesso sem entraves às assembleias de voto e a outros locais. Mas, notou ter sido infeliz o facto do governo de Harare ter negado outros pedidos de grupos não-governamentais e de outras instituições, impedindo uma presença mais alargada de observadores internacionais.

As eleições presidenciais e parlamentares foram geralmente vistas como o mais sério desafio ao presidente Robert Mugabe e ao seu partido, a ZANU-PF, nos 28 anos do seu regime crescentemente autoritário.

Casey disse também que o povo do Zimbabwe tem sofrido grandemente sob a liderança de Mugabe, incluindo instâncias no passado em que a vontade do povo foi contrariada. E apelou à calma no período post-eleitoral, afirmando que a violência não serve os interesses de ninguém.

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