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Banco Islâmico Apoia Combate à Pobreza em África


O Banco Islâmico para o Desenvolvimento, com sede na Arábia Saudita está apostado em apoiar os países mais pobres e membros da Conferência Islâmica no combate à pobreza. A decisão surgiu durante a recente cimeira dos líderes dos países membros da Conferência Islâmica, acolhida na semana passada, pela capital senegalesa, Dacar.

Para o efeito, o Banco Islâmico para o Desenvolvimento tomou a iniciativa de combater a pobreza na região sub-sahariana de África, através da criação, há precisamente dois anos, do Fundo Islâmico para a Solidariedade e o Desenvolvimento.

Ahmed Ali assume, praticamente, desde a sua fundação em 1975, a presidência daquele banco: “ Metade dos membros do Banco Islâmico para o Desenvolvimento são de África. Isto porque o banco dá prioridade aos países membros menos desenvolvidos e é para esse grupo de países que a atenção do banco está virada”

Com uma contribuição calculada em 10 mil milhões de dólares, proveniente de doações financeiras dos países membros, o Fundo Islâmico para a Solidariedade e Desenvolvimento tem por vocação o combate à pobreza nos países pobres e membros da Conferencia Islâmica.

De acordo com Ahmed Ali, aquela instituição tem procurado concentrar-se em projectos de desenvolvimento pelo que espera ver substancialmente incrementadas as doações dos Estados membros a ser canalizados para os programas de combate e redução da pobreza. Diz Ali: “O principal objectivo do Banco Islâmico para o Desenvolvimento é realmente o estreitamento da cooperação entre os países membros nos esforços de desenvolvimento económico e do progresso social. O Banco Islâmico para o Desenvolvimento está realmente concentrado no desenvolvimento humano. Mas, para algumas circunstâncias, em países africanos membros, tais como o Mali, Burkina Faso, o Chade e o Níger, existem outras prioridades, nomeadamente água , saúde, estradas, etc...”

Ahmed Ali esteve recentemente no Senegal, no âmbito da Conferência Islâmica acolhida, na semana passada, pela capital senegalesa, Dacar: “Até agora, cerca de dois ponto seis mil milhões de dólares foram alocados ao Fundo Islâmico para a Solidariedade e o Desenvolvimento e, a propósito, desse montante, temos estado em contacto permanente com os nossos países membros. Durante a Cimeira de Dacar, um leque de países informou-me pessoalmente de que estão a ultimar os procedimentos internos com vista ao aumento das suas respectivas contribuições. Houve um grande apoio e aderência à iniciativa no quadro da Cimeira da Conferência Islâmica, particularmente por parte do líder anfitrião da cimeira e presidente do Senegal, Abdoulaye Wade “

Durante a recente Cimeira da Conferencia Islâmica, em Dacar, o presidente , Abdoulaye Wade e ministro dos Negócios Estrangeiros do Senegal apelaram aos participantes a adesão ao Fundo Islâmico para a Solidariedade e Desenvolvimento. Ambos encararam a iniciativa como uma oportunidade para que os países membros mais ricos, ajudem os seus irmãos muçulmanos mais pobres, especialmente os africanos.

Embora as doações financeiras não sejam uma exigência da organização, o presidente do Banco Islâmico para o Desenvolvimento conta para já com a aderência de todos os estados membros, a iniciativa.

Aquele administrador espera, por conseguinte, poder iniciar a implementação dos projectos já aprovados o mais breve possível. O novo fundo, segundo Ahmed Ali, vai ajudar os países sub-saharianos a atingirem, até 2015, as metas preconizadas no quadro dos desafios do desenvolvimento do Milénio: “Precisamos começar imediatamente. O conselho da administração reuniu-se, há algumas semanas atrás, para aprovar os primeiros dois programas: o primeiro, um micro-financiamento o segundo virado para o treinamento vocacional. Ambos estão orçados em cerca de 500 milhões de dólares. O fundo irá contribuir com cem milhões de dólares e vai, à partida, mobilizar os restantes países membros. Estamos de momento na fase de identificação de projectos, particularmente na área das micro-financas e de treino vocacional, devido ao elevado índice de desemprego juvenil nos nossos países membros, especialmente entre as raparigas. “

O Banco Islâmico para o Desenvolvimento tem, igualmente, investimentos em projectos de desenvolvimento e infra-estruturas em praticamente todo o mundo islâmico. Os empréstimos concedidos por aquela instituição financeira, sediada em Jeddah, na Arábia Saudita, aos países membros são em conformidade com os princípios do Islão, sem juros.

Entre os principais contribuintes do banco destacam-se a Arábia Saudita, o Kuwait, Líbia, Emiratos Árabes Unidos, Turquia o Egipto e o Irão. Dos seus 56 membros, quase metade são nações africanas empobrecidas da região sub-sahariana e a Guiné-Bissau e Moçambique são os dois únicos estados lusófonos membros daquela instituição financeira.

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