Os candidatos à nomeação às eleições presidenciais nos Estados Unidos pelo partido democrático, Hillary Clinton e Barack Obama, continuam a atacar-se, pondo mutuamente em causa a competência do adversário em matéria de segurança nacional e de política externa. O debate no seio dos democratas está ao rubro visto que nenhum dos candidatos conseguiu até agora uma vantagem clara nas eleições primárias.
O senador Barack Obama afirma que os ataques extremamente negativos da sua rival Hillary Clinton estiveram na base das suas vitórias nas primárias de terça-feira e que deram novo ímpeto à campanha da senadora democrata.
Obama salientou, contudo, que continua a liderar no que se refere à contagem dos delegados à convenção do partido, a realizar no próximo Verão, e atacou a reivindicação de Clinton de que dispunha de mais experiência em política externa, depois de ter passado oito anos na Casa Branca como primeira dama. Comentou, a propósito, Obama: ”Será que ela estava a lidar directamente com crises durante esse período? Eu acho que não.”
Entretanto a senadora Clinton participou numa reunião com generais na reserva e com outras entidades militares, em Washington, que declararam apoiar a sua campanha devido à sua experiência em política externa e segurança nacional. Na ocasião, Hillary Clinton louvou o seu adversário republicano John McCain devido à sua experiência naqueles domínios, mas atacou frontalmente Obama: ”Tenho dito que o senador McCain trará para a campanha uma vida inteira de experiência, eu trarei uma vida inteira de experiência, e o senador Obama trará consigo um discurso que fez em 2002.”
Clinton referia-se a um discurso que Obama proferiu, em 2002, e no qual se opunha à invasão do Iraque. Obama afirma frequentemente que a sua oposição à guerra do Iraque demonstra a sua aptidão em matéria de segurança nacional, contrariamente à senadora Clinton, que votou a favor da resolução autorizando a guerra. Clinton afirmou, na sua reunião com os líderes militares que, se for eleita presidente, prestará muito mais atenção ao Afeganistão, que considerou como a frente esquecida na guerra contra o terrorismo. Acrescentou que pediria aos aliados dos Estados Unidos no seio da NATO para que assumissem uma maior responsabilidade no que se refere a treinar o exército nacional afegão. Disse ainda que apoiaria uma cimeira internacional para revitalizar o apoio à reconstrução do Afeganistão.