Os Russos vão as urnas no próximo domingo para um sufrágio presidencial em que a vitória do candidato apoiado pelo Kremlin, Dmitri Medvedev é tida como uma certeza.
O percurso de Medvedev rumo a presidência tem sido muito diferente do que enfrentam os candidatos presidenciais norte americanos.
Os Russos assistem pela televisão as voltas e reviravoltas de uma campanha presidencial.
Todavia não é a da campanha presidencial russa.
A corrida presidencial russa constitui um profundo contraste das disputadas primarias presidenciais americanas.
Ao contrario dos concorrentes americanos, Dmitri Medvedev – o candidato do partido no governo, o Partido da Rússia Unida – não tem de apresentar as suas ideias, o seu estilo e atitude política a um escrutínio em que as diferentes formações escolhem os seus candidatos baseando-se em interesses discretos, sejam eles regionais, sociais, industriais ou financeiros.
Em vez disso, Medvedev foi nomeado em privado, embora se desconheça qual foi o critério usado. Fala-se de que a sua candidatura apareceu em Dezembro após os responsáveis de vários partidos, não apenas da Rússia Unida, apresentaram o seu nome ao presidente Vladimir Putin.
Acredita-se mesmo que Putin terá escolhido pessoalmente Medvedev.
O candidato de 42 anos de idade não teve de concordar em participar num debate contra os seus opositores, pois o presidente afirmou não ser necessário.
O dirigente do Kremlin interrogando-se sobre as possíveis razões pelas quais Medvedev participaria em debates para debater problemas frisando já ter havido oportunidade de dizer aos eleitores o que foi feito e o que irá ser feito.
Putin sustenta que os candidatos da oposição – Andrei Bogdanov, o dirigente comunista Gennady Zyuganov e Vladimir Zhirinovsky – tiveram todas as oportunidades para divulgarem os seus programas.
Ninguém contestou a plataforma de Medvedev e os anúncios de campanha da oposição são praticamente invisíveis.
As promoções políticas pela televisão são raras e os candidatos praticamente não tem cartazes publicitários.
O anuncio mais destacado que se pode ver no meio de painéis publicitários constitui o da data de dois de Março, o dia do sufrágio.
Uma outra serie de cartazes na cidade de Moscovo apresentam o presidente da câmara local, um actor muito conhecido e ainda um cidadão honorário, a anunciar que irão votar.
Os anúncios parecem dirigir-se a participação eleitoral, e embora seja desmentido pelo Kremlin os analistas políticos adiantam que grandes instituições como fábricas, hospitais e universidades tem sido pressionadas a assegurar uma participação de 65 por cento para promover a legitimidade do sufrágio.
As sondagens de opinião adiantam que Dmitri Medvedev irá ganhar fácilmente a primeira volta, como no caso de Andrei Borodin.
Borodin adianta que toda a gente compreende que Medvedev é o sucessor de Putin.
O sufrágio de dois de Marco regista-se oito meses antes do sufrágio nos Estados Unidos. Em Janeiro do próximo ano os dois países terão novos dirigentes, que terão chegado ao poder após campanhas completamente diferentes.