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Anjouan: De Novo a Tentação Separatista


Uma delegação integrada por diplomatas ocidentais e africanos seguiu a ilha rebelde de Anjouan, no arquipélago das Comores, com a missão de tentar evitar uma eventual intervenção militar das forças governamentais.

O porta-voz do governo das Comores e ministro dos Negócios Estrangeiros daquela nação no Oceano Índico, Abdurahman Said Bakar disse à VOA que o propósito da missão é a de tentar persuadir o coronel Mohamed Bacar a abandonar o poder, por forma a que eleições possam ser ter lugar na ilha de Anjouan.

“ Nós não vamos aceitar nunca que uma parte do nosso território se aparte do resto do pais. Por conseguinte, estamos a tentar resolver a questão pela via pacífica. Caso contrário, a alternativa será o recurso a força militar para restaurar a autoridade do Estado e da união na ilha”--defendeu Said Bacar.

Aquele alto responsável governamental confirmou ainda a deslocação da delegação aquela ilha, integrada por representantes da União Africana e das embaixadas da França e dos Estados Unidos nas Comores e que propõem para já a realização de eleições em Anjouan, monitorizadas pela comunidade internacional.

Há precisamente seis anos, o coronel Mohamed Bacar foi eleito presidente da ilha de Anjouan, uma das quatro ilhas que integram a federação das Comores. Com uma população de 700 mil habitantes, o arquipélago está localizado entre a ilha de Madagáscar e a costa de Moçambique.

Bacar foi, entretanto, reeleito para o cargo no ano passado, em eleições, entretanto, não reconhecidas pelo governo central.

Aquele coronel tem, desde então, defendido a independência da ilha de Anjouan, determinação que já forçou a União Africana a enveredar pela via de sanções. A organização continental africana defende, inclusive, o eventual recurso a uma intervenção militar para a reposição da ordem, caso as negociações fracassem.

Cerca de mil e duzentos tropas africanas, maioritariamente tanzanianas, encontram-se na região e o governo das Comores vai, em princípio,recorre de helicópteros ucranianos, na eventualidade de ter que levar a cabo um assalto militar a ilha rebelde..

Agina Ojwang, analista político em Nairobi, defende que problema das Comores acaba por ter por cenário “um pequeno país com parcos recursos, em suma um Estado frágil, daqueles que considerados Estados falhados.”

Ojwang vai mais além e realça o facto das Comores estarem situadas numa área estratégica do Oceano Índico, não muito distante da ilha de Diego Garcia, sob a soberania britânica, mas onde se encontra uma importante base militar dos Estados Unidos.

Para aquele analista, a possibilidade de uma eventual desintegração das Comores e parte das ilhas virem a cair na esfera de influência de elementos estrangeiros movidos por intenções militares preocupam sobremaneira as potências ocidentais.

A solução passa, por conseguinte - defende Agina Ojwang - pela restauração da democracia e o reforço dos instituições do Estado em todas as ilhas do arquipélago.

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