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África na Imprensa Americana


Vamos agora passar em revista as edições da semana passada dos principais jornais americanos para vermos como é que África tem estado a ser vista e comentada aqui nos Estados Unidos.

Vamos começar com a visita do presidente George Bush a África, visita essa que tem sido reportada nos diversos jornais americanos. Apenas o CS Monitor escolheu dar a sua opinião sobre a visita num editorial titulado ‘O legado inacabado de Bush em África’. E qual é esse legado?

Escreveu o diário: O presidente Bush pode com segurança reivindicar um legado positivo em África. Foi ele quem aumentou os fundos para a saúde e quem ligou a ajuda a reformas. Mas um legado permanece por resolver: Um sistema americano de segurança para o continente.

Isso é uma referencia ao novo comando africano, AFRICOM, do pentágono que segundo o editorial demonstra que a administração Bush aprendeu a lição que África é importante.

O editorial, contudo opinou que quando foi inicialmente apresentado o AFRICOM foi descrito como tendo como objectivo essencial impedir conflito, promovendo saúde, educação, democracia e crescimento económico algo que o jornal diz serem assuntos que cabem mais a diplomatas do que a militares.

O pentágono, disse o editorial tendo depois dar mais ênfase a questões convencionais de segurança algo que, contudo segundo o jornal não resolve a confusão que existe sobre o papel do AFRICOM.

Opinou o CS Monitor que o pentágono continua a falar de um papel civil o que, citamos deixa alguns observadores confusos sobre o que fará exactamente o AFRICOM especialmente porque não tem tropas sob seu comando. Acrescentou o jornal:

"Os africanos também tem duvidas. As preocupações centram se sobre a militarização da política externa americana como aconteceu no Iraque e sobre motivos ulteriores de controle. O AFRICOM projecta motivos correctos dos Estados Unidos, mas a pergunta a fazer é se é o melhor porta voz para isso. Isso é algo que ainda não é claro".

Palavras de um editorial do CS Monitor sobre a política americana em África particularmente a criação do comando AFRICOM.

Outra questão que mereceu atenção dos jornais americanos na semana passada foi a situação no Quénia, Jeffrey Gettleman do NY Times por exemplo publicou um interessante artigo sobre como a violência e a crise política estão a afectar a classe média do pais. O artigo referiu se a como um grupo de empresários se reúne regularmente para tentar dar o seu contributo ao fim para o fim da crise.

Kodi Barth um professor Queniano aqui nos Estados Unidos escreveu um artigo de opinião no CS Monitor em que afirma que a actual crise poderá ser uma oportunidade para um renascimento do país.

Barth disse que a actual crise é fundamentalmente devida a quatro questões, nomeadamente um conceito chauvinista do poder, economia distorcida, instituições fracas e falhanço da política do país.

Escreveu Berth: O Quénia possui a força de trabalho mais bem treinada da região, recursos abundantes e um povo resiliente. Mas durante 40 anos os políticos quenianos falharam em mudar de modo fundamental instituições e sistemas fracos que unem o país num abraço paralizante. Uma revisão constitucional que durou 15 anos terminou em impasse ha dois anos e finalmente as disputadas eleições de dezembro levaram o pais para o impasse violento".

O professor queniano disse que na sua opinião o acordo ser negociado sob mediação do antigo secretario geral da ONU Kofi Annan poderá ser uma oportunidade para desarmar o que chamou de bomba relógio que ameaça o Quénia há 40 anos.

É tudo neste África na imprensa americana.

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