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Okah Foi Extraditado de Angola


O Movimento para a Emancipação do Delta do Niger, o principal grupo militante, alega que o seu líder, Henry Okah foi na semana passada, ilegalmente extraditado de Angola, pais onde tinha sido detido em Setembro do ano passado, sob acusação de trafico de armas.

Apesar da inexistência de um tratado de extradição entre a Nigéria e Angola, Luanda acabou por ceder as pressões de Abuja, dando assim luz verde a extradição daquele alegado líder rebelde.

Numa mensagem electrónica enviada na ultima sexta feira a imprensa, o Movimento para a Emancipação do Delta do Niger, conhecida pela sigla MEND diz estar a monitorizar de perto a situação e não exclui a possibilidade de intensificar os ataques contra a industria petrolífera nigeriana, por forma a conseguir a libertação de Okah.

Recorde-se que ataques contra interesses petrolíferos naquela volátil região nigeriana desde o inicio de 2006, contribuíram para uma redução da produção petrolífera da Nigéria, na ordem dos 25 por cento. A Nigéria é por sinal o maior produtor africano de petróleo e o oitavo mundial.

O Movimento para a Emancipação do Delta do Niger tem reivindicado nas ultimas semanas uma serie de ataques militares contra instalações petrolíferas de companhias estrangeiras a operarem na região dos estados do Delta do Niger, incluindo a recente explosão de um deposito de combustível e o assassínio de um agente da policia, da escolta do director dos portos da região.

De acordo com analistas contactados pela VOA, o grupo militante tem capacidade de provocar rupturas a produção petrolífera nigeriana, possibilidade que acaba por suscitar preocupações acrescidas relativamente a alastramento da violência naquela volátil região produtora de petróleo.

Espera-se agora que Henry Okah, líder militante extraditado na semana passada de Angola, venha a ser acusado pelas autoridades nigerianas, de vários crimes, nomeadamente alta traição e terrorismo.

Diga-se um desenlace que em certa medida poderá comprometer qualquer cenário negocial entre o Movimento para a Emancipação do Delta do Niger e o governo da Nigéria.

De realçar que aquele grupo militante tem vindo a exigir a libertação de Henry Okah, como pré-condição as conversações.

Festus Keyamo, advogado com escritórios em Lagos, que assumiu num passado recente, a defesa de militantes detidos, perante a justiça nigeriana é da opinião que qualquer eventual acusação ou condenação de alegados responsáveis pela agitação no Delta do Niger, teria efeitos contraproducentes na pacificação da região.

‘A postura do governo federal, de tentar suprimir a genuína agitação do povo da região do Delta do Niger, por traição ou por assalto ou ainda por insurreição armada, através do encarceramento. Não vai de forma alguma resolver o problema da região. Portanto, eu não subscrevo esse modus operandi do governo federal, mesmo partindo do principio que tem poderes para assim agir.’

De realçar que Abuja não se pronunciou até então sobre a extradição de Henry Okah. Luanda por seu lado limita-se a confirmar a extradição a pedido da Nigéria.

Sabe-se por outro lado que para alem daquele líder do Movimento para a Emancipação do Delta do Niger, Luanda entregou igualmente na mesma altura as autoridades nigerianas, Eduardo Atata, este suspeito de envolvimento num caso de trafico de armas e de explosivos.

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