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Ex-Ministro de Mugabe Concorre às Presidenciais


O antigo ministro das Finanças do Zimbabwe, Simba Makoni, que foi, terça-feira, expulso do partido ZANU-PF, no poder no Zimbabwe, depois de ter anunciado a sua candidatura às eleições presidenciais, falou do seu manifesto eleitoral.

Simba Makoni, que apresentou formalmente a sua candidatura na passada sexta-feira, veio dar uma nova vida ao ambiente político, especialmente nos principais centros urbanos de Harare e Bulawayo.

Numa conferência de imprensa, Makoni falou da sua mensagem de renovação, da sua visão e do que seria o Zimbabwe sob a sua liderança. Disse que não iria prometer isto ou aquilo às pessoas, mas que prometia facilitar e dar meios às pessoas para fazerem as coisas por elas próprias, pelas suas famílias, pelos seus negócios, pelas suas comunidades, em suma para fazerem coisas pelo seu amado país. “Iremos eliminar o que impede os zimbabweanos de fazerem coisas, ajudá-los a afastarem-se da dependência do Estado.”

Makoni acrescentou ser a crise zimbabweana irreversível, mas que uma nova administração teria a autoridade para um novo envolvimento nacional, uma renovação e reconciliação nacional. E aproveitou para dizer que essa seria a sua administração, pois iria vencer por maioria esmagadora.

O presidente Mugabe começou a expropriar as fazendas de brancos zimbabweanos no ano 2000, o que, na óptica dos economistas, foi a principal razão para o descalabro económico e a elevadíssima taxa de inflação do país. Durante décadas, a agricultura comercial exportava alimentos para a região e produzia mais de 40% das entradas em divisa estrangeira. Hoje, milhões de zimbabweanos dependem da assistência alimentar.

Makoni falou do oitavo ano de fracasso agrícola afirmando: ”Esta terra é o nosso recurso estratégico, mas a nossa terra não é diferente da terra de qualquer outro país, não é um ornamento para o embelezar, não é um amuleto, a nossa terra é factor para nos dar poder, um instrumento para o desenvolvimento social.”

Segundo Makoni, o Zimbabwe precisa de uma reforma agrária urgente, agora mais do que nunca, e que a expropriação de terras para inverter erros da era colonial não era de facto uma reforma agrária. A aquisição e distribuição de terra precisa de ser feita de forma justa e equilibrada.

Até agora, nenhum dos dirigentes da ZANU-PF apareceu a dar apoio a Makoni, mas fontes que lhe são próximas insistem que existe esse tipo de apoio. E alguns, que se afastaram do partido no poder, devido às restrições às várias liberdades, dizem que se irão apresentar como candidatos independentes ao parlamento.

Enquanto isso, outro opositor de Mugabe, Morgan Tsvangirai, pediu ao presidente sul-africano, Thabo Mbeki, para assumir uma posição mais dura para com o presidente Robert Mugabe e pressionar à realização de eleições justas, no próximo mês.

Tsvangirai disse ser altura para Mbeki mostrar alguma ”coragem” e abandonar a sua política de apoio silencioso a Mugabe.

É no interesse de Mbeki, disse o dirigente da oposição zimbabueana, que ele pressione o seu homólogo e impeça que a África do Sul se veja a braços com milhares de zimbabweanos que ali procuram de emprego e segurança.

Mbeki tem vindo a mediar as conversações entre o governo de Mugabe e o Movimento para a Mudança Democrática, na oposição. Mas, Mbeki tem-se recusado a falar com dureza contra Mugabe, que, em Março, procurará, pela sexta vez, ser eleito presidente do Zimbabwe.

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