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Controvérsia à Volta da Morte da Senhora Bhutto


O partido da assassinada líder da oposição paquistanesa Benazir Bhutto exige que as Nações Unidas conduzam a investigação sobre o seu assassínio. Mas o governo paquistanês insiste que uma equipa da Scotland Yard convidada a prestar assistência a investigação é suficiente para resolver a controvérsia à volta da morte da senhora Bhutto.

O Partido Popular do Paquistão (PPP) afirma que uma investigação das Nações Unidas sobre a morte de Benazir Bhutto é a única maneira de se obter a verdade.

O governo paquistanês requisitou ajuda da Scotland Yard. Mas Sherry Rehman, uma porta-voz do PPP, disse que a morte de alguém com a estatura da senhora Bhutto – foi duas vezes primeira-ministra – merece uma investigação credível.

“O partido pediu uma investigação credível conduzida pelas Nações Unidas, uma investigação independente. Sentimos que foi um desastre e uma tragédia suficientemente enormes que marcou a morte de uma primeira-ministra que dizia estar a ser constantemente ameaçada. Ela apelou repetidas vezes ao governo paquistanês, muito especificamente, por um apoio especial em termos da sua segurança, que não recebeu até ao fim”.

Benazir Bhutto foi assassinada na cidade de Rawalpindi há uma semana quando fazia campanha para as eleições legislativas. A sua morte desencadeou distúrbios através do país, causando mais de 50 mortos e milhões de dólares em prejuízos materiais.

A antiga primeira-ministra tinha-se queixado constantemente sobre a falta de segurança. Tinha escapado por pouco a um ataque suicida no dia em que regressou ao país em Outubro, depois de oito anos de auto-exílio.

Antes da sua morte, disse que elementos dentro do governo estavam a tentar mata-la. O governo negou a acusação, mas não disputa a controvérsia em redor do seu assassínio.

Imagens de televisão mostram um homem junto da caravana automóvel de Bhutto disparando três tiros contra a sua nuca, O seu cabelo e o véu estão levantados e depois ela cai para dentro do carro. Segue-se uma aparente explosão causada por um bombista suicida.

O governo contudo afirma que a senhora Bhutto não morreu de ferimento de bala. Diz que a forca da explosão levou a que batesse com a cabeça no tejadilho do carro causando-lhe uma fractura craniana. O governo responsabiliza a al-Qaeda pela sua morte.

Apoiantes de Benazir Bhutto afirmam que o governo e no mínimo parcialmente responsável ao não ter fornecido adequada segurança a Benazir Bhutto. Outros simplesmente acusam o governo de ter levado a cabo o assassínio.

Independentemente de quem conduzir a investigação, é questionável a quantidade de provas que foram deixadas para trás. Pouco depois do ataque, uma televisão local mostrou sangue e destroços a serem limpos no local do ataque, destruindo potencialmente provas cruciais.

O presidente Musharraf anunciou quarta-feira que as eleições legislativas inicialmente marcadas para 8 de Janeiro foram adiadas para 18 de Fevereiro, afirmando que os distúrbios que se seguiram à morte de Benazir Bhutto destruíram muitos centros eleitorais e listas de votantes.

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