Europeus e africanos reúnem-se, neste fim de semana, em Lisboa, Portugal, para a segunda cimeira União Europeia-União Africana da qual se vaticina a definição de metas políticas, nomeadamente a de uma nova parceria entre os dois continentes com base na igualdade de soberania, deixando para trás a tradicional lógica da relação de doador-recebedor entre os dois continentes que deverá, por seu lado, dar lugar a uma estratégia de parceria política construída na base de valores comuns, bem como preocupações e desafios comuns.
Quanto a fórmulas para se atingir tão promissores desígnios, pouco ou nada se conhece.
Mas, Luís Amado, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, entende, para já , que só atingindo esse objectivo será possível suplantar os obstáculos que têm toldado os laços entre os dois continentes.
E um desses obstáculos responde actualmente pelo nome Mugabe e a crise no Zimbabwe.
Na agenda da cimeira, figuram um conjunto de propostas, abrangentes a áreas tais como a migração, energia e alterações climáticas, o fortalecimento do investimento e o crescimento e a prosperidade através da integração regional e relações económicas mais próximas.
Darfur, direitos humanos ficam, para já, excluídos da agenda da cimeira.
Para nos ajudar a compreender todo esse ambiente de crispação que envolveu a fase preparatória da cimeira, com o caso Mugabe no centro das desavenças, os objectivos preconizados, as angústias e palpitações de um e outro lado, convidamos hoje o diplomata cabo-verdiano, o embaixador Corsino Tolentino.