O Departamento da Defesa americano afirmou que uma série de ideias para tentar obter a cooperação dos líderes tribais paquistaneses na luta contra o terrorismo, não passa de um documento interno e que o mesmo não foi tomado em consideração pela liderança militar. O documento em questão foi citado na edição de ontem do “New York Times”.
O porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, afirmou que a ideia de dialogar com os líderes tribais paquistaneses surgiu depois da visita ao Paquistão do chefe do Comando de Operações Especiais, o almirante Eric Olson. Aquele almirante está encarregado dos esforços para aumentar a cooperação internacional no âmbito da guerra global contra o terrorismo e para melhorar a capacidade dos países parceiros: ”O almirante Olson foi lá. Encontrou-se com os paquistaneses. Ambas as partes mostraram o seu desejo de descobrir modos de melhorar a cooperação.”
Morrell afirmou que os adjuntos do almirante fizeram algumas propostas e o “New York Times” refere que essas ideias estão agora a circular entre grupos de peritos fora do Departamento da Defesa. Morrell salientou, contudo, que as ideias não tiveram o aval do almirante Olson, nem de mais ninguém nas chefias militares. Paralelamente, o porta-voz confirmou os esforços do Pentágono de expandir o Corpo Fronteiriço Paquistanês , uma força recrutada localmente, na região fronteiriça com o Afeganistão. Morrell afirmou que o esforço começou no início do ano com um orçamento de 52 milhões de dólares e acrescentou que o Pentágono pretende aumentar esse orçamento para 97 milhões, no ano que vem. Disse ainda que o programa providenciará treino e equipamento, mas não armas ou munições. Apoiará também a expansão do Corpo Fronteiriço. Este novo interesse dos Estados Unidos nas forças regionais paquistanesas verifica-se depois dos esforços bem sucedidos na zona ocidental do Iraque para conseguir a ajuda de líderes tribais locais para lutar contra a Al Qaida. Elementos ligados àquela organização terrorista operam a partir das zonas tribais ao longo da fronteira com o Afeganistão e , à semelhança do Iraque, os Estados Unidos gostariam de ver os líderes tribais paquistaneses lutarem contra os terroristas.