O presidente José Eduardo dos Santos vai à próxima cimeira da OPEP, marcada para os dias 17 e 18 de Novembro em Riyadh, Arábia Saudita, soube a Voz da América de fonte oficial angolana.
Fontes angolanas disseram à Voz da América que Angola vai a Riyahd para marcar uma posição na medida em que se trata da primeira cimeira da OPEP desde que o país foi admitido nesta organização a 12 de dezembro do ano passado.
A cimeira de Riyahd decorre de uma decisão dos países membros de organizarem periodicamente eventos do género. O último acto deste tipo teve lugar em 2000 na Venezuela. A primeira cimeira da OPEC foi realizada na Argélia em 1975.
A reunião de Riyadh terá como assunto principal a estabilização dos mercados mundiais, de maneira que tanto os produtores quanto os importadores, se sintam confortáveis. A reunião dos 13 vai ainda ver vias como beneficiar particularmente a economia de países em desenvolvimento.
Angola entrou na OPEP depois de ter ficado anos a fio filiada a Organização dos Países Africanos produtores de Petróleo, OPAEC de que é um dos membros fundadores. A sua entrada foi apresentada pelas autoridades angolanas como resultado da necessidade de fazer parte do centro de decisão de um grande instrumento de negociação.
Ao contrário do que acontece com a generalidade dos países admitidos na OPEP a entrada de Angola não resultou na redução da produção, hoje estimada em quase dois milhões de barris por dia.
Luanda conseguiu negociar uma quota de mercado que lhe permite fluxos consideráveis para as receitas que precisa para o seu programa de reconstrução. Analistas do sector petrolífero disseram a Voz da América que Angola deverá terminar o ano de 2007 com uma produção consideravelmente acima dos 2 milhões de bpd.
Ainda de acordo com os mesmos analistas Angola poderá vir a receber nesta altura uma quota de produção. Angola tem previsto para os próximos tempos uma nova ronda de licenciamento de blocos que peritos em petróleo auguram vir a gerar muito interesse.
Parte do expediente relativo à participação de Angola na cimeira de Riyadh foi preparado pelo ministro dos Petróleos, Desidério Costa, e pelo Presidente do Conselho de Administração da SONANGOL, Manuel Vicente, que há três semanas estiveram no Reino da Arábia Saudita para este efeito. Ambos estão agora no Dubai onde participam na assembleia anual do Banco Africano de Investimento, BAI. Entretanto não parece claro neste momento que o presidente José Eduardo dos Santos venha a visitar também os Emiratos Árabes Unidos. Fonte diplomática angolana disse à Voz da América que a visita a Abu Dhabi, a capital, e a Dubai, onde o presidente esteve de visita privada em Março do ano passado está praticamente fora de questão.
Entretanto da Venezuela chega a noticia de que a cimeira de Riyadh poderá abrir caminho a um novo encontro entre José Eduardo dos Santos, e o presidente da Venezuela, Hugo Chavez. Hugo Chavez visitou Angola há cerca de um ano, e os esforços para um encontro entre os dois presidentes durante a Assembleia Geral das Nações Unidas resultaram em nada devido à agenda de ambos.
A OPEP foi fundada em Setembro de 1960 pelo Irão, Iraque, Koweit, Arábia Saudita e Venezuela, a que se juntaram sucessivamente o Qatar, a Indonésia, Líbia, Emiratos Árabes Unidos, Argélia, Nigéria, e Angola. O Gabao e o Equador abandonaram a organização após uma breve afiliação. O preço do barril petróleo estava esta quarta-feira em 98 dólares, a cotação mais alta de sempre.