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“Diamantes de Sangue” Ainda Não Foram Erradicados


A União Europeia vai organizar, esta semana, um encontro para avaliar o progresso feito para erradicar a comercialização dos “diamantes de sangue”, ilicitamente transaccionados e que têm alimentado várias guerras no continente africano. Apesar dos progressos registados, os peritos nesta matéria afirmam que mais tem que ser feito.

O encontro sobre diamantes, a realizar em Bruxelas, tem lugar cinco anos depois de ter arrancado o Processo de Kimberly, uma organização global de vigilância do comércio de diamantes, que inclui a União Europeia e que se destina a travar o fluxo dos chamados “diamantes de sangue”.

A comissária europeia das Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner, saudou os progressos feitos desde o início do Processo Kimberly, em 2002. Diz ela que os diamantes deixaram de ser os melhores amigos dos rebeldes, referindo-se ao facto dos senhores da guerra os usarem para alimentar conflitos africanos em Angola, Congo, Serra Leoa e Libéria.

E a indústria diamantífera, que tinha sido acusada de manter um grande secretismo revelou este ano, pela primeira vez, qual foi a sua produção.

Mas, apesar do progresso registado em países como a República do Congo, Annie Dunnebacke, da Global Witness, diz que muito mais tem que ser feito: “Em muitos países, especialmente em muitos países africanos, constatamos um aumento na exportação oficial de diamantes e isso é um bom sinal. Infelizmente, numa escala global, estamos também a ver um aumento do fluxo ilícito de diamantes em bruto que estão a ser comercializados à margem do Processo de Kimberly. Por isso, esperamos realmente que, esta semana o encontro patrocinado pela União Europeia faça face estas fraquezas. E esperamos também que a Índia, que irá presidir ao processo, continue a encarar com eficácias aqueles problemas, no próximo ano.”

Durante o encontro de Bruxelas, que termina na quinta-feira, os participantes irão tentar reforçar os controlos existentes para impedir o comércio de diamantes ilícitos. A União Europeia, com os seus 27 países membros, é um dos membros do Processo Kimberly e 80 por cento da produção de diamantes em bruto são transaccionados na cidade belga de Antuérpia, onde são trabalhados.

A imprensa belga informou, no passado fim de semana, que a polícia apreendeu diamantes no valor de 20 milhões de dólares, que se crê fossem provenientes da Costa do Marfim, país que está perante um embargo internacional, que impede a exportação daquelas pedras preciosas.

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