Links de Acesso

Atentado Bombista Assinala Regresso de Bhutto


A polícia paquistanesa anunciou que cerca de 125 pessoas foram mortas e 260 ficaram feridas em resultado de duas explosões que deflagraram junto da coluna automóvel em que seguia a antiga primeira-ministra Benazir Bhutto, que saiu ilesa do ataque terrorista.

As explosões ocorreram pouco depois da meia-noite, hora local, na altura em que o cortejo que, lentamente, acompanhava Bhutto reunia milhares de pessoas nas ruas de Carachi.

Imagens da televisão mostram pessoas junto ao camião blindado em que Benazir seguia a tentar fugir da primeira explosão quando uma segunda bomba deflagrou junto ao mesmo local da bomba inicial.

Quando as ambulâncias e carros de bombeiros chegaram ao local das explosões, as vítimas alinhavam-se pela rua fora, junto a várias viaturas calcinadas.

Representantes do Partido Popular Paquistanês, de Benazir Bhutto, afirmam que a ex-primeira-ministra se encontrava em cima de um camião blindado quando ocorreram as explosões e que foi posteriormente transportada para um local seguro.

Desde a sua chegada ao Paquistão, na quinta-feira à tarde, que um cortejo de milhares de pessoas acompanhava a viatura em que Bhutto se fazia transportar a caminho do local onde estava prevista a realização de um comício de boa vindas, junto ao túmulo do fundador do Paquistão, Mohammad Ali Jinnah. O comício foi imediatamente cancelado.

Militantes islâmicos tinham ameaçado ataques bombistas suicidas contra Benazir Bhutto e a sua chegada esteve rodeada de excepcionais medidas de segurança. Aquela líder da oposição, de 54 anos de idade, tem repetidamente denunciado aquelas ameaças.

Benazir havia chegado do exílio, horas antes ao aeroporto de Carachi, tendo dito perante a multidão que a acolhia que agradecia a Deus os seu regresso a casa.

Disse ela que regressou com a missão de ajudar a erradicar a pobreza e a melhorar o sistema educativo do Paquistão, particularmente para as mulheres.

Vestida com um vestido ostentando as cores verde e branca da bandeira paquistanesa, Bhutto referiu-se, logo à chegada, à vaga de violência que, nos últimos anos, tem ajudado a destruir o país.

Bhutto disse querer pôr fim à insurreição no Baluchistão e nas zonas tribais. E adiantou querer substituir a mensagem de violência e de ódio por uma mensagem de paz e de amor.

Bhutto regressa ao seu país natal numa altura políticamente crítica para o actual presidente Pervez Musharraf, dado que tem sido uma crítica acérrima do general que liderou o golpe de Estado de 1999 e que a levou ao exílio.

Mas, nos últimos meses, Bhutto esteve envolvida em negociações com Musharraf, das quais resultou um acordo de partilha do poder, ao abrigo do qual Benazir irá assumir o cargo de chefe de governo pela terceira vez.

Os acontecimentos violentos que rodearam o seu regresso do exílio complicam, sem dúvida, os projectos políticos quer de Benazir quer de Musharraff, este último um aliado dos EUA na guerra contra global contra o terrorismo.

XS
SM
MD
LG