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Desenvolvimento: Países Sub-Saharianos Longe das Metas Estabelecidas


Segundo um relatório agora publicado, os países da África sub-sahariana não deverão conseguir atingir os objectivos de desenvolvimento traçados pelas Nações Unidas. Entre esses objectivos previa-se a redução para metade da subnutrição infantil e a redução da taxa de mortalidade infantil em 60 por cento.

O relatório, elaborado pelo Instituto Internacional de Pesquisa Alimentar, conclui que apenas seis dos 42 países africanos analisados se inserem nos objectivos das Nações Unidas: Moçambique, Malawi, Mauritânia, Congo-Brazzaville, Ilhas Maurícias e o Gana. O relatório denominado Índice da Fome Global analisa 118 países através do globo.

No fim da lista aparece o Burundi e logo a seguir a República Democrática do Congo, a Eritreia, a Serra Leoa, a Etiópia, o Níger, o Iémene, Angola, as Ilhas Comores e a Zâmbia. Responsáveis daquela organização referem que, de todas as regiões do planeta, a África sub-saariana foi aquele que registou menos progressos na luta contra a fome desde 1990. Refere, contudo, que tanto Moçambique como o Malawi registaram progressos consideráveis.

A pesquisadora e nutricionista Doris Weissman afima que são vários os factores que podem determinar de que modos os países podem fazer frente ao espectro da fome. Entre eles incluem-se a educação, os cuidados de saúde e a produção de alimentos. Refere ainda que os conflitos armados são também um factor negativo, citando os casos de Angola, Burundi, Congo Kinshasa, Eritreia, Serra Leoa e Libéria. Weissman salienta, no entanto, algumas histórias de sucesso como no caso da Etiópia: ”Quando olhamos para a Etiópia, verificamos que a produção alimentar melhorou, a mortalidade infantil diminuiu e a subnutrição diminuiu igualmente. No entanto, há ainda muito por fazer.”

A redução os índices de fome passam, em grande parte, por uma produção alimentar acrescida. Weissman realça que alguns países africanos, tais como o Benin e o Gana, estão a aumentar a sua produção. Contudo, noutros países, como a África do Sul, o Botswana e a Suazilândia, a produção alimentar tem sido afectada pela epidemia da Sida. Naquele último país, cerca de um terço da população é seropositiva. O relatório salienta também a correlação entre uma boa classificação e a existência de economias fortes. Por exemplo, a África do Sul e as Ilhas Maurícias, países com economias vibrantes, estão à cabeça da lista, enquanto o Zimbabwe e o Congo Kinshasa encontram-se na cauda, com as suas economias destruídas.

A excepção à regra, segundo o relatório, é o caso de Angola com uma economia em amplo crescimento depois do fim da guerra civil e com uma produção de cerca de dois milhões de barris de petróleo por dia. O Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento da economia angolana de 24 por cento, este ano, um dos maiores índices de crescimento do Mundo. Contudo, Angola permanece um dos países mais afectados pela pobreza. Organizações anti-corrupção tais como a Transparência Internacional, referem que, apesar do bom crescimento da economia, a redução da pobreza em Angola não está a verificar-se devido à corrupção no seios dos interesses políticos e económicos.

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