Na sua sétima visita ao continente africano, o presidente brasileiro, Lula da Silva, visitou o Burkina Fasso e a República do Congo, para defender a utilização de bio-combustíveis derivados de culturas agrícolas. Durante a crise petrolífera dos anos 70, o Brasil decidiu criar um programa de bio-combustíveis, de modo a reduzir a sua dependência do petróleo do Médio Oriente. Actualmente, o Brasil é o maior exportador de etanol e o segundo maior produtor daquele combustível, logo a seguir aos Estados Unidos. Problemas comuns no domínio da energia têm vindo a encorajar alianças entre a África Ocidental, o Brasil e outro grande produtor de bio-combustíveis, a Índia. Ambos os países estão a ajudar a produzir aquele tipo de combustíveis no Senegal.
O analista Tom Cargill, da organização Chatam House, baseada em Londres, afirma que a China, a Rússia, a Índia e o Brasil têm economias em grande expansão e aumentaram assim a sua capacidade de investimento em países estrangeiros.
Cargill afirma, igualmente, que outro grande incentivo para aqueles países investirem em África é o aumento das suas influências no seio do Conselho de Segurança da ONU. Aquele analista salientou o facto da primeira visita de um primeiro ministro indiano à Nigéria nas últimas quatro décadas ter produzido novos acordos de cooperação política: ”Existe uma dinâmica política em termo de se pretender encorajar um sentimento de apoio e solidariedade, tanto no Conselho de Segurança como em interesses geopolíticos mais alargados.”
De referir que, tanto a Índia como o continente africano, pretendem um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Contudo, Tom Cargill afirma que o prosseguimento deste interesse pela África Ocidental está dependente de uma economia global forte, algo que pode modificar-se: ”Isto é apenas o princípio e é algo de fértil. Penso também que é ligado a mais crescimento económico global. Se houver uma marcha-atrás podemos assistir a um retroceder dos investimentos.”