A agência que monitoriza a disponibilidade de alimentos por toda a África, o Sistema de Alerta de Fome, diz que uma colheita pobre, anos de declínio económico e políticas governamentais provocaram ”uma diminuição significativa” dos alimentos disponíveis no Zimbabwe.
Um alerta divulgado, na quinta-feira, indica que há agora uma redução drástica dos alimentos, o que se verifica desde finais de Junho, quando o governo impôs controlo nos preços dos bens básicos. Acrescenta que o controlo de preços desencorajou as companhias de produzir bens, e levou as pessoas a comprar no mercado negro.
Este sistema de aviso, financiado pelos Estados Unidos, indica também que a colheita deste ano apenas responde a 55 por cento das necessidades do país. Nota que o governo e agências de ajuda estrangeiras tencionam importar milhares de toneladas de milho, num esforço para colmatar a deficiência.
O governo zimbabweano decretou cortes nos preços, após se registar uma inflação nos preços dos alimentos, de combustíveis e outros bens.
Os críticos responsabilizam as políticas do governo pela crise económica, sobretudo a transferência das terras aráveis de agricultores brancos para negros com pouco experiência agrícola.
Uma das razões da fraca colheita, afirma-se, é exactamente a fraca utilização da terra, aliada à seca.
Mas, o presidente Robert Mugabe acusa a Grã-Bretanha e opositores internos pelos problemas do país e de estarem a tentar derrubar o seu governo.