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Oito Milhões de Iraquianos Necessitam de Ajuda Urgente


No início do ano 2003, aquando da invasão do Irão liderada pelos EUA, o presidente George W. Bush declarou ao povo iraquiano que a ajuda americana estava a caminho, em termos de alimentos, medicamentos e outros tipos de ajuda. Quatro anos depois, uma enorme crise humanitária no Iraque resultou numa situação de fome e na falta de água potável.

Num relatório tornado público, na segunda-feira, a organização internacional de ajuda OXFAM revela que a falta de água potável e o número de desalojados internos é hoje maior do que em 2003, antes da invasão do Iraque.

Raymond Offenheiser é presidente da delegação da OXFAM nos EUA, cuja sede é em Londres. Diz ele: “Neste momento existem cerca de oito milhões de iraquianos que necessitam de ajuda de emergência. Destes, dois milhões são refugiados que fugiram do país e há ainda outros dois milhões internamente deslocados, na sua maioria mulheres e crianças. E há ainda outros quatro milhões de iraquianos que estão em posição de não terem nada que comer, que não têm acesso a água potável e que não têm acesso a serviços de saúde”.

Offenheiser acrescenta que, enquanto os atentados bombistas suicidas e a violência sectária dominarem a cobertura noticiosa internacional do Iraque, continuará a existir uma história por contar de sofrimento, particularmente nas zonas mais remotas do Iraque, que necessitam da atenção do mundo.

Antes de Saddan Hussein ter sido derrubado, a OXFAM advertiu para as extremas consequências da invasão e, infelizmente, muitas das previsões tornaram-se realidade. Quem se deve responsabilizar? Offenheiser diz que o financiamento dos projectos de reconstrução excede, em muito, a ajuda humanitária directa. Mas, diz ele, em primeiro lugar, a responsabilidade pelo bem estar do povo iraquiano cabe ao governo iraquiano e tem, a propósito, algumas sugestões a fazer ao primeiro-ministro Nouri al Maliki: “Poderiam aumentar a ajuda de emergência em dinheiro dada às viúvas e aos órfãos de cem para 200 dólares por mês e este tipo de pagamento poderia também ser feito a outros sectores da população mais vulnerável. Poderiam descentralizar o sistema de distribuição da ajuda e dar poder e recursos às autoridades locais para armazenar e distribuir abastecimentos às agências locais que fazem as entregas aos cidadãos”.

Entretanto, o gabinete americano que supervisiona os projectos de reconstrução no Iraque afirma que o progresso tem sido prejudicado pela actividade terrorista, por uma corrupção desenfreada e pela instabilidade política naquele país.

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