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AKP Obteve Vitoria Estrondosa


Na Turquia, o partido no poder da Justiça e Desenvolvimento, AKP, obteve uma vitoria estrondosa nas eleições gerais com 47 por cento dos sufrágios, alcançando 340 dos 550 lugares no parlamento.

O AKP está a cativar a oposição enquanto se prepara para o próximo teste político – a eleição do próximo presidente.

Era tempo para celebrar enquanto os apoiantes do AKP seguiam o evoluir dos resultados que chegavam de todo o país, já que no final o partido recebera a maior parte dos sufrágios.

Tendo concorrido numa base programática de continuidade – mais reformas, mais ganhos económicos, maior investimento privado e mais conversações sobre a futura adesão a União Europeia, constituiu um apelo obvio para o eleitorado, que apoiou as ideias.

Falando após a vitoria eleitoral do AKP, o primeiro ministro Erdogan elogiou o êxito, mas fez um apelo aos opositores.

Erdogan classificou a eleição como uma vitória da democracia na Turquia, frisando que o partido vai trabalhar para corresponder ao sufrágio dos eleitores.

Erdogan prometeu mesmo elevar ao mais alto nível a republica democrática e secular.

A promessa de preservar os princípios seculares constitui um ponto importante para a oposição que levantara o receio de que as raízes islâmicas do AKP e o facto dos seus dirigentes serem muçulmanos devotos cujas esposas usam o tradicional lenço de cabeça islâmico.

O sufrágio de domingo foi realizado por antecipação devido a uma crise constitucional sobre quem se tornaria o próximo presidente da Turquia.

Erdogan nomeou para o cargo o seu ministro dos negócios estrangeiros, Abdullah Gul.

Esta nomeação enfureceu os secularistas que sustentaram que o passado islâmico de Gul e o facto da sua mulher usar o lenço de cabeça o tornava inaceitável para o posto de salvaguarda da constituição e da tradição secular do país.

Milhões de pessoas desceram as ruas para protestar contra a designação de Gul.

Ali Carkoglu, cientista político de uma universidade nas proximidades de Istambul, sustenta que a escolha de um presidente será o primeiro teste do novo parlamento.

‘Se as elites parlamentares não cooperarem nesta questão será possível que tenha que haver nova eleição. Trata-se de uma pequena hipótese por que se tem de ponderar o peso do sufrágio eleitoral profundamente enraizado na cultura política turca que duvido que as elites políticas o possam ignorar.’

O parlamento tem trinta dias para eleger um novo presidente ou convocar novas eleições, o que significa uma hipótese que nenhum partido deseja.

Apesar da forte vitoria o AKP não detêm a necessária maioria de dois terços para forçar a escolha presidencial, tendo por isso necessidade de cooperar e obter um compromisso.

Ao AKP se junta no parlamento ao principal partido secular, o partido Republicano do Povo, que obteve 20 por cento dos sufrágios, e o partido de direita, o partido de Acção Nacionalista, com 14 por cento.

Entram no parlamento mais de duas dezenas de independentes, incluindo da minoria étnica curda da Turquia.

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