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Quem Venha a Vencer o Sufrágio Parlamentar


A população de Timor Leste prepara-se para ir as urnas amanhã, sábado, para as primeiras eleições parlamentares. Muitos esperam que um novo governo possa trazer estabilidade e prosperidade económica ao país.

Quem venha a vencer o sufrágio parlamentar vai enfrentar desafios sérios, pois o país sofre de enorme pobreza, com quase cinquenta por cento de desemprego e problemas de segurança.

Estas eleições são na generalidade encaradas como uma luta entre o partido no poder, a Fretilin, e o novo partido para a Reconstrução liderado pelo antigo presidente, Xanana Gusmão.

As duas formações políticas sustentam que vão obter os cinquenta por cento dos sufrágios exigidos para controlar os 65 assentos parlamentares. Todavia, os analistas políticos pensam que nenhum dos 14 partidos irá obter a maioria e que será formada uma coligação governamental.

Damien Kingsbury, académico é um dos observadores das eleições.

‘Iremos ver uma mudança de governo, e pode-se pensar, que dado o que se passou no ultimo ano, será um passo positivo. Penso que em termos de questões ligadas com a segurança e a estabilidade deverão registar-se alguns problemas imediatos, mas que serão resolvidos muito rapidamente, as forças de segurança internacional ainda permanecem em numero significativo, e irão resolver quaisquer tensões que ocorram’.

Timor Leste foi assolado o ano passado por uma onda de violência após quase um terço do exercito ter sido objecto de uma purga. Confrontos registaram-se entre forças de segurança rivais e grupos de criminosos armados.

Cerca de dois terços dos residentes de Dili foram obrigados a refugiar-se em campos, onde ainda permanecem milhares deles em condições miseráveis, dependendo de ajuda alimentar.

A ordem só foi restaurada após o governo ter solicitado a intervenção de uma força internacional de manutenção da paz, liderada pela Austrália, permanecendo cerca de três mil soldados.

Muitos responsabilizam a Fretilin pela onda de violência, e o seu candidato à presidência veio a perder o sufrágio. O antigo primeiro ministro José Ramos Horta sagrou-se vencedor em Maio, na segunda volta.

Kingsbury pensa que isto significa que os timorenses devem votar pelo partido da Reconstrução do popular Xanana Gusmão.

Se o partido da Reconstrução vencer, Gusmão passa a primeiro ministro, um cargo com mais poder do que a função de presidente.

Kingsbury sublinha que uma vitoria da Reconstrução irá trazer a longo prazo a estabilidade governamental.

‘Penso que pelo menos num período inicial existirá um índice elevado de estabilidade, ira registar-se o aumento do investimento externo, e veremos governos e agencias a trabalharem juntas com o novo executivo, e tudo isto será benéfico para o futuro de Timor Leste’.

Estão presentes quase 500 observadores internacionais e mais de dois mil e 400 nacionais para assegurar que o sufrágio seja livre e honesto.

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