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Bissau: Caso da Droga Faz Rolar  Cabeças


São primeiras cabeças a rolar no caso dos 674kg de cocaína ainda um enigma. A decisão saiu da última reunião extraordinária do Conselho de Ministros, realizada este sábado e alargada aos Secretários de Estado. Referimo-nos ao Director-geral da Polícia Judiciária, Orlando Silva, e a Alexandre Forbes, Director Central de Investigação e Prevenção da PJ que foram exonerados das suas respectivas funções. Ambos são suspeitos no processo que envolve o antigo Ministro das Finanças, Victor Mandinga, e da Justiça, Namoado Gomes Dias, para além de outros responsáveis do anterior executivo.

Quanto ao relatório-denúncia, que devia ter sido entregue ao Ministério Público, na última sexta-feira, acto adiado sem quaisquer explicações na altura, este, viria a ser recebido pelo Procurador-Geral da República no sábado, momentos após o fim da reunião extraordinária do Conselho de Ministros, e já na ausência de diplomatas, conforme estava organizado.

Num comunicado emitido e assinado pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros, datado de 9 de Junho, o Governo promete apresentar, no mais curto espaço de tempo, um programa de Combate à Droga. O programa, em perspectiva, vai ser elaborado pelos Ministérios da Defesa, da Justiça, dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna. O objectivo lançar o combate à droga. Aliás, o consenso alcançado durante a reunião ministerial é o de que é “imperioso” agir, o mais rápidamente possível, dentro de legalidade, para que possam ser adoptadas medidas punitivas, por parte da Justiça, contra os responsáveis pelo desvio destes 674kg de cocaína, apreendida pela Polícia Judiciária, em Setembro de 2006, e que, segundo as declarações do antigo Ministro das Finanças, Victor Mandinga, terão sido queimadas. Uma versão que não convence o actual Governo.

Na reunião de sábado, o colectivo governamental, disse, no seu comunicado, que teve a ocasião de ver imagens televisivas de drogas que “de facto” foram incineradas, e também de drogas cuja queima foi simulada, mas sem a presença de agentes de autoridade, deixando perceber que tratou-se de um “disfarce”.

O primeiro-ministro, Martinho Ndafa Kabi, não desarma: o Governo está firme em ver esclarecido o caso, de forma a credibilizar, sobretudo, a imagem externa do país, tanto assim que o Procurador-geral da República, Fernando Jorge Ribeiro, garante que o processo vai ter um tratamento prioritário, não obstante ter afirmado ser “prematuro” avançar com os prazos.

Tudo está em aberto. Tudo vai ser esclarecido na Justiça. Os principais acusados neste processo, nomeadamente, Victor Mandinga, Namoano Gomes Dias e Orlando Silva, mantêm-se incontactáveis. O certo é que não estão ainda detidos. Mas, o epílogo deste episódio poderá culminar nas detenções, pelo menos, preventivas.

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