Links de Acesso

Dili Continua Volátil


O presidente de Timor Leste, José Ramos Horta, disse em Jacarta que a capital do seu país, Dili, continua volátil, depois de duas pessoas terem sido mortas durante a campanha para as eleições legislativas no final do mês.

Ramos Horta afirmou que a maioria da violência que se regista no seu pais não é política.

“A segurança em Dili permanece volátil no sentido de que não temos tido capacidade de eliminar completamente algumas das causas da violência. Contudo, a violência na sua maioria não tem motivos políticos. Envolve bandos de jovens”.

Ramos Hora fez estas declarações em Jacarta, durante a sua primeira visita de estado a Indonésia, desde que foi eleito presidente de Timor Leste no mês passado.

Embora as eleições presidenciais tenham sido pacíficas, duas pessoas morreram em incidentes separados no domingo no que parece ter sido violência política antes das eleições parlamentares no final do mês. Ambos eram apoiantes do Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor (CNRT), o novo partido liderado pelo antigo chefe de estado, Xanana Gusmão.

Espera-se que as eleições parlamentares sejam uma dura luta entre a CNRT e a FRETILIN, o partido dominante de Timor Leste.

As duas mortes foram atribuídas a um grupo de policias fora de serviço estando em curso uma investigação.

Xanana Gusmão, que se tornará primeiro-ministro, se o CNRT ganhar as eleições legislativas, acusou os assassinos de não querer que se realizem as eleições.

Mas Ramos Horta minimizou o incidente, dizendo que embora tenha havido violência esporádica na campanha eleitoral, a maior parte dela tem sido lançamento de pedras e chamada de nomes.

“Este é o nível de violência até agora. Se compararmos isso ao que acontece noutros países em períodos eleitorais, não acredito que isso possa ser considerado violência. Não sei se ela vai continuar a esse nível, se vai piorar, mas o que posso dizer é que estamos a tomar medidas de precaução”.

Uma forte rivalidade entre a policia e forças de segurança conduziu a actos de violência em Dili há um ano. Cerca de dois terços dos residentes fugiram para campos de refugiados onde milhares deles ainda vivem.

O governo leste timorense pediu a ajuda de uma força internacional de segurança para manter a paz, que ainda lá continua.

O presidente de Timor Leste está em Jacarta para se encontrar com o seu homologo indonésio Susilo Bambang Yudhoyono. Os dois presidentes concordaram em construir um bom relacionamento entre os seus países.

Prometeram prolongar o trabalho da Comissão da Verdade e Amizade, que está a investigar a violência que ocorreu antes e depois de Timor Leste, uma colónia portuguesa ate 1974, ter votado pela independência em 1999, após 24 anos de ocupação indonésia. Mais de mil pessoas morreram as mãos de milícias anti-independentistas apoiadas por Jacarta.

Timor Leste tornou-se independente em 2002, depois de ter estado três anos sob administração das Nações Unidas.

XS
SM
MD
LG