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Milhões de Infectados Com HIV Sem o Saberem


A Organização Mundial de Saúde e o programa das Nações Unidas para a luta contra a SIDA anunciaram ontem novas orientações para a despistagem da doença, afirmando que muitos milhões de pessoas estão infectadas com o vírus HIV sem o saberem. Aquelas duas agências da ONU afirmam que 80% das pessoas infectadas com o vírus HIV, que causa a SIDA, desconhecem a sua situação sanitária.

Neste momento mais de 40 milhões de pessoas através do Mundo encontram-se infectadas com o HIV. Mais de 60% delas vivem em África.

Kevin de Cock, o director do departamento de luta contra a SIDA, da Organização Mundial de Saúde, afirma que as novas orientações são essenciais se pretende tratar um número cada vez maior de pessoas afectadas pela doença: ” Acho que as novas orientações são muito importantes no momento em que tentamos conseguir o acesso universal à prevenção e tratamento nos países que se empenharam em fazê-lo.”

Em vez de esperar que os pacientes visitem os hospitais e clínicas para pedirem a realização de testes, Paul de Lay , do programa das Nações Unidas de luta contra a SIDA, salienta que, doravante, os funcionários sanitários devem oferecer testes de despistagem do HIV como rotina do tratamento médico: ”Os funcionários sanitários são encorajados a recomendar o teste do HIV a pessoas que apresentem sintomas de doença.”

Contudo, aquelas entidades oficiais das Nações Unidas afirmam que em nenhuma circunstância devem as pessoas ser obrigadas a submeterem-se a esses testes, acrescentando que os testes só devem ser feitos com o consentimento do paciente. Dizem também que as pessoas que testam positivo devem igualmente receber o aconselhamento adequado. Segundo de Cock, para além de poderem receber tratamento contra a SIDA, que de outro modo não receberiam, as pessoas que sabem estar infectadas com o HIV têm menos hipóteses de infectar terceiros: ”Dispomos de dados estatísticos nos Estados Unidos indicando que as pessoas adoptam um comportamento mais seguro depois de saberem que estão infectadas com o HIV de modo a impedirem a transmissão do vírus.”

Os peritos afirmam, contudo, que não sabem como é que as novas orientações das Nações Unidas sobre a despistagem do HIV serão recebidas nos países mais pobres, sobretudo em África. De facto, em grande parte desses países os sistemas sanitários encontram-se em situação caóticas e muitas das pessoas que padecem de SIDA só procuram ajuda quando já se encontram muito doentes.

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