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Combates Reacendem-se em Casamance


Civis da região Norte de Casamance, no Senegal, estão, de novo, a ser deslocadas na sequência de renovados combates entre grupos rebeldes. Centenas de pessoas terão procurado refúgio na vizinha região fronteiriça com a Gâmbia, em busca de segurança.

O jornalista local Alpha Jallow viu centenas de milhar de aldeões do Norte de Casamance fugiram da região durante os últimos dias. Diz Jallow que os refugiados se encaminharam para a zona fronteiriça com a Gâmbia, onde esperam encontrar protecção junto da Cruz Vermelha ou de familiares já a viver em aldeias naquela região.

Aquele repórter falou com muitas das pessoas que estão a fugir, uma vez que a situação é muito perigosa: “Acabei de falar com uma mulher que veio de Balaye e ela diz que ali ainda há tiroteio e que estão a ouvir tiros esporádicos um pouco por todo o lado. Porque sabem que a situação é bastante perigosa decidiram fugir”.

Alpha Jallow adianta que muitas pessoas parecem aterrorizadas e exaustas e têm que percorrer longos percursos para encontrar um local seguro:

“A senhora com quem falei estava bastante desesperada porque a vi com os seus dois filhos. Estava cansada, bastante desfigurada com o esforço, porque teve que caminhar uma longa distância para conseguir transporte que a trouxesse a Bidgorna. Ela disse que, em Bidgorna, irá ficar em casa de familiares, até que as coisas acalmem”.

Robert Reeve, um analista da organização britânica Chatham House disse que fugir para a Gâmbia é um destino comum para a população civil desalojada da região de Casamance: “A maior parte do tempo, há sempre cerca de seis mil refugiados senegaleses de Casamance na Gâmbia. Mas, para lá vão mais uns milhares, provenientes do Norte, onde os combates parecem estar mais activos, durante o último ano”.

De acordo com Jallow, as facções rebeldes estão a competir pelo controlo de território na região. E adiantou que a aliança dos grupos rebeldes que combatem a ala da linha dura das Forças do Movimento Democrático em Casamance, liderada por Salif Sadio. As facções rebeldes dissidentes acusam a facção de Sadio de estar a aterrorizar as populações locais e de controlar o comércio da zona.

Os rebeldes de Casamance têm vindo a combater por uma maior autonomia para aquela região, que faz fronteira com a Gâmbia e a Guiné-Bissau, desde o início dos anos 80, mas tem havido um aumento das divisões no seio o movimento.

Os principais líderes rebeldes assinaram um acordo de paz com o Senegal em 2004, mas os combates numa pararam completamente, porque alguns rebeldes nunca concordaram com as conversações.

Os recentes assassinatos de vários funcionários do governo senegalês em Casamance continuam por resolver.

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