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SIDA: Acordo Vai Beneficiar Sete Milhões de Pacientes


O antigo presidente Clinton anunciou um novo acordo com as empresas farmacêuticas, ao abrigo do qual aquelas companhias irão reduzir significativamente o preço dos medicamentos para combater a SIDA em 66 países em desenvolvimento. O acordo prevê um medicamento diário pelo preço de menos de um dólar por dia.

Falando na sede da sua fundação, no bairro de Harlem, em Nova Iorque, Bill Clinton anunciou que sete milhões de pessoas no mundo desenvolvido necessitam de tratamento para o HIV-SIDA e que apenas cerca de dois milhões estão a beneficiar dele.

Clinton afirma que o acordo para baixar os preços de dezasseis medicamentos retrovirais, incluindo um comprimido que deve ser tomado todos os dias e que é considerado o mais importante para o tratamento dos pacientes diagnosticados com o HIV-SIDA. Esse tratamento passará a estar disponível por 339 dólares por paciente, por ano, cerca de metade do actual custo: “Isto é muito importante para mim. Nenhuma companhia irá deixar de existir devido ao elevado preço dos medicamentos para tratar a SIDA. Mas, os pacientes podem morrer. E acredito na propriedade intelectual e quero garantir que os fabricantes tenham a margem de lucro de que necessitam para continuarem a investigar e a fornecer medicamentos. Mas, isso não deve evitar que nós de obtermos medicamentos que salvam vidas e fornece-los a pessoas que deles necessitam, tanto nos países de baixo como de médio rendimento”.

Clinton disse ainda que os preços mais baixos foram negociados através de um acordo com os laboratórios farmacêuticos Matrix e Cipla. Em resultado do acordo, irão baixar os preços tanto dos medicamentos do tratamento de primeira linha como os de segunda linha, requeridos por pacientes que desenvolveram imunidade ao tratamento original.

O antigo presidente americano adiantou que países de médio rendimento, como é o caso do Brasil e da Tailândia, irão a partir de agora poupar uma média de 50 por cento nos medicamentos chamados de segunda linha. Os países de baixo rendimento através da África Sub-Sahariana, da Ásia e da América Latina irá poder poupar 25 por cento.

Ao fazer este anúncio o presidente Clinton estava ladeado pelos ministros da Saúde do Quénia e da Tailândia, dois países que irão beneficiar grandemente da redução dos preços daqueles medicamentos. A ministra da Saúde do Quénia, Charity Ngilu, afirma que fornecer o tratamento de segunda linha seria, praticamente, impossível sem este novo acordo. Disse ela:“Estamos empenhados em disponibilizar os tratamentos, não obstante o custo dos medicamentos ou o tipo de doença. Com estes preços com desconto, teremos a possibilidade de corresponder.”

O ministro da saúde da Tailândia, Mongkol Songkhla, disse que cem mil pacientes no seu país irão beneficiar do novo plano.

Os medicamentos a baixo preço estão a ser financiados pela UNITAID, uma organização fundada pela França, de que fazem parte nações de África, América Latina e Europa. As empresas farmacêuticas poupam em custos de produção em parte porque têm garantidos baixos preços nas matérias primas.
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