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Zimbabwe: Advogados Espancados pela Polícia


A polícia atacou e espancou a presidente da Ordem dos Advogados do Zimbabwe, Beatrice Mtetwa, e três outros colegas, na terça-feira, por terem tomado parte na maior manifestação de protesto desde sempre realizada no país pelos advogados. Os manifestantes protestavam contra a prisão, na sexta-feira, de dois advogados defensores dos Direitos Humanos.

Cerca de cem advogados reuniram-se em frente ao Tribunal Supremo de Harare para demonstrar o seu desagrado pela prisão dos dois colegas: Alec Muchadahama e Andrew Makoni, que tinham sido presos, na passada sexta-feira, quando exerciam as suas funções em defesa dos seus clientes, que se encontravam detidos.

Beatrice Mtetwa, uma advogada que tem defendido a maior parte dos jornalistas presos durante a campanha de repressão lançada pelo Presidente Mugabe contra os profissionais da Comunicação Social, disse estar chocada pelas prisões dos advogados e pelo ataque de ela própria e os seus colegas foram alvo.

“Estou bem, mas estou furiosa”, disse ela, adiantando que o Zimbabwe atingiu o seu ponto mais baixo, ao deter advogados no exercício oficial da sua profissão em nome dos seus clientes.

Quando a polícia ordenou aos advogados para dispersar, na altura em que estes se encontravam frente ao edifício do tribunal. Mtetwa e três outros elementos da Ordem dos Advogados correram para o escritório do Procurado Geral da Justiça. A polícia seguiu-os, agarrou-os, arrastou-os para a rua e enfiou-os num camião.

Mtetwa disse que os advogados foram levados pela polícia para um campo, nos subúrbios, onde foram forçados a deitar-se de barriga para baixo, altura em que foram espancados pela polícia de choque, por polícias uniformizados e por agentes dos serviços secretos. Disse ainda a advogada que os atacantes lhes gritavam que aquela era a sua sentença.

Disse ela que tinha intenções de apresentar uma petição perante o ministro da Justiça Patrick Chinamasa, antes da manifestação ter sido dispersada pela polícia.

Os advogados detidos na sexta-feira, Muchadahama e Makoni, representam 31 elementos da oposição ligados ao Movimento para a Mudança Democrática que têm vindo a tentar, durante as duas últimas semanas, serem libertados sob fiança depois de terem sido acusados de terrorismo. Os dois causídicos foram libertados, na segunda-feira, e agora são acusados de obstrução à Justiça.

Nem Chinamasa nem o ministro da Administração Interna, Kembo Mohadi, se disponibilizaram a comentar o sucedido.

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