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Golpes Militares, Governos Opressivos, Assassinatos de Jornalistas


Golpes militares, governos opressivos, assassinatos de jornalistas são algumas das razões na origem da acentuada degradação da liberdade de imprensa no mundo, durante o ano 2006.

Estas são algumas das conclusões constantes do mais recente relatório da Freedom House, uma organização activista pró-democracia com sede aqui em Washington.

O estudo anual daquela organização, versando a liberdade de imprensa, considera que existem tendências a conflitualidade no mundo, em particular na Ásia, nas republicas da ex. União Soviética e na América Latina.

O relatório revela que entre os mais críticos retrocessos registados, no que tange a liberdade de imprensa, figuram as experiências de países tais como a Tailândia, o Sri Lanka, o Paquistão, as Filipinas e as Fiji, devido a permanente situação de estado de emergência vivido nesses países asiáticos.

Na América Latina, o estudo identifica a Venezuela, a Argentina e o Brasil, como países onde a liberdade dos mídias decaiu, devido a degradação do ambiente de segurança .

Para Jennifer Windsor, directora executiva da Freedom House as razoes são múltiplas, mas incluem: ”o que chamamos de pressões tendentes a fazer retroceder a democracia que tem por objectivo neutralizar e eliminar todos os potenciais focos da oposição política, com a imprensa a surgir como o principal alvo”.

O relatório da Freedom House foi tornado publico aqui em Washington e no âmbito de uma conferencia, patrocinada pela agencia governamental americana que supervisiona as actividades dos mídia áudio visuais estatais, com emissões internacionais, nomeadamente a Voz da América.

Na sua intervenção durante a conferencia, a subsecretaria americana, Karen Hughes evocou estatísticas que revelam que mais de 110 jornalistas e trabalhadores dos mídias, foram mortos no ano passado.

Os jornalistas expuseram a corrupção e os crimes. Denunciaram os casos de abusos dos direitos humanos em todo o mundo e talvez por essa razão estamos hoje perante um cenário de grande perigo para os jornalistas. Eles estão expostos a grandes riscos, incluindo ameaças, detenções ou assassinatos. - frisou aquela governante Americana”.

O relatório considera ainda o declínio da liberdade de imprensa em países tais como a Rússia e a Venezuela, como realidades aterrorizadoras, devido ao impacto que essas nações tem nas regiões onde se inserem.

Peter Baker, jornalista do conceituado jornal, Washington Post e ex-delegado daquele jornal em Moscovo, sublinhou por seu lado e na sua intervenção, o assassinato no ano passado da jornalista Anna PolitsKovkaya, como uma prova cabal “ do quanto se tornou num risco, a profissão de jornalista na Rússia.”

Na Venezuela o governo do presidente Hugo Chavez anunciou a suspensão das emissões da estacão televisiva, pró-oposição Radio Televisão de Caracas.

Intervindo na conferencia, o presidente daquela rede de televisão, Marcel Garnier realçou que o governo venezuelano, tem estado adoptar posturas cada vez mais arbitrarias e autoritárias para com os mídias e os jornalistas.

“O governo de Hugo Chavez tem vindo e de forma camuflada a envolver-se com uma linguagem de ódio e de agressão dirigida contra os jornalistas, humoristas, editores, jornais, estacões radiofónicas e os próprios funcionários dos mídias.”- conclui Garnier

No que tange ao continente africano, o relatório da Freedom House elege o caso Zimbabwe, como uma das mais degradantes experiências em termos de violações da liberdade de imprensa.

O documento a que temos estado a fazer referencia recorda, por exemplo, que o governo do presidente Robert Mugabe continua a estreitar o controlo sobre os medias nacionais, paralelamente a adopção de medidas condicionantes da actividade dos correspondentes estrangeiros no pais.

Geoffrey Nyarota, jornalista zimbabweano e detentor de um prémio na área do jornalismo de investigação disse aos conferencistas que no Zimbabwe os próprios órgãos de imprensa estatal, passaram a concentrar-se e com maior frequência nos ataques contra os jornalistas independentes, considerados de inimigos do estado. “E não há nada mais desconcertante do que ser rotulado de inimigo do estado, pelos próprios governantes do pais “- conclui de Geoffrey Nyarota

O relatório da Freedom House chama ainda a atenção para os mecanismos de restrição da chamada imprensa electrónica, ou seja, os sites na Internet em países tais como a China, o Vietname e o Irão.

Na lista dos países de má reputação em termos de respeito da liberdade de imprensa, o relatório elege a Birmânia, Cuba, Líbia, Coreia do Norte e o Turquemenistão.

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