A Nigéria está a avançar com os preparativos para a tomada de posse do novo governo, em Maio,, isto apesar das fortes críticas feitas à forma como decorreram as recentes eleições. A comissão organizadora para a transição já teve o seu primeiro encontro em Abuja.
A comissão de transição, de 29 elementos, foi nomeada pelo presidente cessante, Olusegun Obasanjo, que cede o poder ao novo chefe de Estado, no dia 29 de Maio, depois de oito anos de permanência no poder.
Obasanjo vai entregar o poder civil ao candidato por si apoiado, Umaru Yar´Adua.
As eleições de 14 e 21 de Abril garantiram uma vitória esmagadora para o Partido Popular democrático, no governo há oito anos.
Mas, observadores independentes às eleições afirmam que as fraudes detectadas foram tão generalizadas que estas eleições carecem de credibilidade.
A oposição nigeriana, que inclui os dois principais partidos, rejeitou as eleições e apelou aos seus apoiantes para que participem em manifestações de rua, na terça-feira, por ocasião das celebrações do Primeiro de Maio.
A oposição vai juntar-se aos sindicatos e aos grupos sociais em comícios a realizar por todo o país, com a maior manifestação marcada para Abuja.
Em Abuja, a polícia reuniu-se com os líderes sindicais e emitiu uma proibição de manifestações de carácter político por ocasião das celebrações do Primeiro de Maio na capital.
O chefe da polícia de Abuja, Lawrence Alobi, disse à VOA que proibição se destina a prevenir actos de violência generalizada: “É criminoso, não é civilizado e é bárbaro, por isso não iremos autorizar. Algumas dessas pessoas que convocaram as pessoas para as ruas não as podem controlar. E no momento em que a situação se tornar violenta ficarão totalmente devastados e começarão a arrepender-se. Por isso, não vamos permitir porque a experiências passadas nos dizem que tais manifestações de massas levaram sempre à destruição e a ameaças à paz e à segurança pública.”
O governo afirma que a oposição poderia precipitar um assumir do poder pelos militares, na sequência de violentas manifestações de rua.
Os militares governaram a Nigéria, o mais populoso país de África e o seu maior exportador de petróleo, durante quase trinta anos antes de terem entregue o poder aos civis, em 1999.