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Iraque: Bush Prepara-se para Vetar Proposta dos Democratas


A Secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou que a administração Bush poderia aceitar um pacote legislativo modificado que incluísse objectivos específicos para o governo iraquiano desde a aplicação dos recursos energéticos até às reformas constitucionais.

” Relativamente a esses objectivos – disse Rice - devo recordar que foram objectivos que o governo iraquiano delineou para si próprio.”

Contudo, numa entrevista à rede de televisão americana ABC, Rice advertiu que qualquer legislação que puna os iraquianos por não atingirem esses objectivos retiraria aos líderes militares e diplomáticos americanos a flexibilidade de que necessitam para levar a bom termo as suas tarefas: ” O problema é que se ameaçarmos com consequências, caso não sejam cumpridos os objectivos, estaremos a atar as mãos do general Petraeus e do embaixador Crocker.”

A Secretária de Estado americana proferiu estas declarações no momento em que a Casa Branca e o Congresso se preparam para um segundo braço de ferro para aprovar a legislação financiando as operações militares americanas no Iraque e no Afeganistão.

O orçamento aprovado, na semana passada, pelo Congresso , num montante de 124 mil milhões de dólares, inclui um calendário para a retirada das forças americanas. O presidente George W.Bush já fez saber que vai vetar a referida legislação, mal a receba na Casa Branca, possivelmente já amanhã.

No dia seguinte,as atenções vão voltar-se para um orçamento alternativo. Alguns dirigentes democratas já afirmaram que uma segunda versão da legislação poderia anular a cláusula da calendarização da retirada, mas incluiria parâmetros para que o governo iraquiano faça avançar o processo de reconciliação nacional. Vários legisladores anti-guerra, tanto na Câmara dos Representantes como no Senado, estão a apelar à liderança do Partido Democrático para que garanta que seja exercida pressão suficiente para que os iraquianos tomem acções que permitam o regresso dos soldados americanos.

John Murtha, o democrata que chefia a subcomissão para as despesas militares afirmou que definir esses parâmetros sem ameaça de consequências não faria sentido: ” Esses parâmetros contaram com o apoio dos iraquianos e com o apoio do presidente. O que nós queremos é que se façam cumprir esses mesmos objectivos.”

Enquanto isso, o ministro iraquiano dos Negócios Estrangeiros Hoshiar Zebari, em declarações à rede de televisão americana CNN, apelou ao Congresso para que coopere com a Administração Bush na questão do orçamento.

” Este é um debate a que estamos a assistir com grande interesse –disse Zebari - e achamos que não é nada útil ligar o financiamento das tropas a um calendário especifico.”

Zebari disse ainda que o governo iraquiano está ciente de que a presença americana no Iraque não será eterna e que, em última análise, caberá aos iraquianos a responsabilidade pelo seu próprio destino.

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