<Não é para a corrida armamentista, não é não >! Foi nestes termos que o ministro angolano da Ciência e da Tecnologia, João Baptista Ngandagina, resumiu para a Voz da América, o que poderá ser o programa do seu governo para aproveitamento de urânio e produção de energia a partir de fontes nucleares.
O desenvolvimento dos estudos depende apenas da entrada em vigor da lei de energia atómica, submetida aos deputados. Angola começou a ponderar o desenvolvimento de um programa desta natureza a partir da sua adesão à Agência Internacional de Energia Atómica, AEIA, em 1999. Atentas à controvérsia hoje no mundo sobre esta matéria, as autoridades angolanas querem deixar claro a natureza das suas intenções. <O que se pretende aqui é o desenvolvimento científico ligado à energia nuclear. Formação de pessoal, desenvolvimento de projectos que ajudem o desenvolvimento económico e social do próprio o país> disse o ministro.
Visto nos termos actuais, o que está em curso desde a adesão de Angola à AIEA , configura apenas um programa primário. <Reequipamento do Centro Nacional de Oncologia, com a formação e especialização de médicos deste instituto público, desenvolvimento de projectos ligados à agricultura, tais como o controlo de doenças em animais; temos estado a desenvolver também, projectos ligados ao combate à malária e a tripanosomiase, com uso de tecnologia nuclear. Estes projectos estão a ser desenvolvidos com acções de formação, aguardando-se a aprovação da lei de energia atómica, que vai definir tudo sobre aquisição, transporte, uso e armazenamento que quisermos fazer de conhecimentos e equipamentos radioactivos aqui no país >.
Angola tem também em execução, programas de formação de pessoal e projectos ligados ao controlo de poluição marítima, associada à produção de petróleo, e está ainda vinculada ao AFRA , um programa da AEIA que envolve vários países africanos. A aprovação da lei pelo parlamento vai lançar Angola na produção de energia nuclear com que espera compensar as suas carências de energia eléctrica.
“<O país tem limitações na produção de energia, então porque não se começar a pensar em projectos que no futuro possam produzir energia a partir de fontes nucleares? Não é para corrida armamentista, não é não!>