Um representante da polícia, no Norte da Nigéria, afirma que as forças de segurança perseguiram radicais religiosos estrangeiros que se encontravam na cidade de Kano, restaurando a ordem pública, nas vésperas das eleições presidenciais de sábado. Os recontros entre as forças de segurança e militantes islâmicos seguiram-se ao assassinato de um influente clérigo muçulmano, na semana passada.
O comissário da polícia, Atiku Kafur, disse à VOA que reforços do exército ajudaram a dar caça a várias centenas de insurrectos que estavam equipados com armas ligeiras, que falavam árabe e que estavam entrincheirados num subúrbio da cidade de Kanu: “Os militares começaram a bombardear os rebeldes, matando alguns e prendendo outros. No momento em que vos falo posso dizer que a área está calma. Os rebeldes foram vistos a fugir.”
Na terça-feira, a polícia referiu que os insurrectos mataram 12 polícias e um civil.
Kafur, que assumiu o cargo de comissário da polícia há apenas algumas semanas, disse estar totalmente surpreendido pelos ataques de que foram alvo as forças de segurança: “É surpreendente, razão pela qual ainda estamos a tentar descobrir quando é que o rebeldes terão chegado, se ali estiveram durante muito tempo, ou se teriam acabado de chegar. É isso que estamos, neste momento, a investigar.”
Kafur diz dispor de provas conclusivas de que há uma ligação entre o ataque e o assassinato, na semana passada, do xeique Jaafar Adam, um influente clérigo sunita. Encontrar os assassinos é agora a principal tarefa da polícia: “Estamos a alargar os nossos tentáculos em várias direcções, incluindo na direcção da política. Não deixaremos nada por investigar. Iremos asseguramo-nos de que iremos apanhar quem matou o xeique.”
Kano é um dos doze mais predominantes Estados muçulmanos do Norte da Nigéria. O Sul é maioritariamente cristão e animista.
Waddah Mohammed, um comerciante de Kano, afirma que os residentes locais responsabilizam os estrangeiros por tentarem agitar a região, nas vésperas das eleições presidenciais: “A quem quer que pergunte, as pessoas não os associam a nenhuma das seitas islâmicas de Kano. E não citam o nome de ninguém aqui de Kano. E dizem ter vindo, apenas, para se confrontarem com os agentes da ordem, o que confunde as pessoas.”
Para reduzir a vaga de violência, as autoridades impuseram o recolher obrigatório durante a noite.
Numa zona calma de Kano, um taxista de motorizada, espera numa oficina e diz estar grato pela imposição do recolher obrigatório e as medidas excepcionais de segurança: “As pessoas vêm para a rua para se confrontar com a polícia ou com outras pessoas e é por isso é que o recolher obrigatório está em vigor. Às cinco e meia vão para casa e nada acontece devido ao recolher obrigatório.”
Os partidos da oposição apelaram para a realização de manifestações de protesto e para o boicote das eleições presidenciais de sábado, a menos que sejam anuladas as eleições estaduais da semana passada, devido a alegadas fraudes.
Mas, a comissão eleitoral afirma que os líderes da oposição devem apresentar as suas queixas aos tribunais, garantido que as eleições presidenciais se vão realizar na data prevista.