As Nações Unidas assinalam esta quarta feira o Dia Internacional da Luta Contra as Minas, enaltecendo os benefícios dos dez anos da proibição das minas terrestres, embora alertando para a crescente ameaça das bombas de deflagração.
O principal responsável da ONU para as operações de paz, Jean-Marie Guehenno destacou os grandes avanços desde a entrada em vigor, há dez anos atras, de um tratado internacional proibindo o uso de minas terrestres.
Segundo ele, o tratado tem ajudado a erradicar muitas minas, a eliminação de existências e a redução do numero de vitimas, em cerca de cinquenta por cento.
O Afeganistão,sustenta, é uma nação onde o programa obteve resultados notáveis.
'Notável pelo empenhamento maciço do povo afegão no programa. As ONG’s afegãs, as organizações afegãs coordenadas pela ONU, tem sido essenciais na remoção das minas. Mas a iniciativa não está concluída. Ainda recentemente deslocava-me no Afeganistão e vi locais onde existem sinais de minas e vastas áreas do Afeganistão ainda não estão limpas. Trata-se de um programa realizado essencialmente por afegãos, por isso temos de prestar homenagem a sua coragem bem como a grande organização que desenvolveram para resolver o problema.'
Guehenno adianta que as minas terrestres continuam a ter um forte impacto em algumas areas agricolas e em zonas de conflito.
Aquele responsável das Nações Unidas alerta para outros tipos de munições, em especial foguetões que não explodiram, granadas de morteiro e as bombas de deflagração que constituem serias ameaças para as populações civis bem como para os capacetes azuis.
'Reitero o apelo das Nações Unidas para a obtenção de acordos internacionais fortes para solucionarem o impacto humanitário de tais engenhos. Uma bomba de deflagração contem centenas de pequenas munições, que se espalham por largas áreas. Estas munições são supostas explodir no contacto, mas uma percentagem considerável não o faz.'
Guehenno refere que as forcas de paz procederam à limpeza de cera de 100 mil daquelas munições em resultado do conflito Israelo Libanês, mas avalia em mais de um milhão que ainda permanecem na área, constituindo um risco para a população local e a forças de pacificação.