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EUA: Agravar Sanções Contra o Zimbabwe


A Administração Bush anunciou que está a considerar aplicar mais sanções contra o Zimbabwe na sequência das prisões e espancamentos de que foram alvo os líderes e apoiantes da oposição. Um destacado elemento do Departamento de Estado vai pressionar no sentido de uma resposta africana mais forte ao governo de Harare, nas conversações que vão ter hoje lugar em Adis Abeba, na Etiópia.

O governo do presidente zimbabweano Robert Mugabe tornou-se conhecido, nos últimos anos, pelas suas duras tácticas com os elementos da oposição política.

Mas, um destacado diplomata americano, falando na condição de manter o anonimato, disse a jornalistas que o violento ataque contra a oposição, registado no domingo, protagonizado pela polícia de choque, próximo de Harare, foi um acto de repressão “qualitativamente diferente” , requerendo uma resposta internacional forte.

Um manifestante foi morto e vários apoiantes da oposição foram detidos e espancados, quando a polícia desmobilizou um comício proibido num subúrbio.

O líder do Movimento para a Mudança Democrática, na oposição, Morgan Tsvangirai, sofreu uma fractura da caixa craniana, em resultado de ter sido brutalizado pela polícia, permanecendo hospitalizado.

Durante uma conferência de imprensa, o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Tom Casey, disse que a Administração Bush está a estudar que sanções económicas adicionais poderão ser aplicadas para punir o governo de Robert Mugabe, evitando atingir a população do Zimbabwe, na sua maioria empobrecida.

Destacadas figuras da oposição do governo de Harare já são alvo de sanções visando viagens ao estrangeiros e sanções financeiras devido aos abusos cometidos durante as últimas eleições, mas Casey afirma haver ainda mecanismos que podem ser considerados pelo governo americano.

Casey disse ainda que a ferocidade dos ataques policiais de domingo contra a oposição deverão provocar uma enorme resposta internacional, especialmente dada a proximidade das eleições zimbabweanas do próximo ano: “Ao assumir acções tão descaradas e violentas contra os principais líderes da oposição, penso que isso realmente mostra à comunidade internacional que o regime tem poucas intenções de transformar a próxima campanha eleitoral numa corrida livre e justa e na qual a voz do povo possa ser ouvida”.

Robert Mugabe, de 83 anos de idade e que está no poder desde 1980, propôs originalmente adiar até 2010 as eleições presidenciais inicialmente previstas para o ano que vem. O que quererá dizer, na prática que Mugabe se poderá manter no poder até 2014.

O porta-voz adjunto do Departamento de Estado adiantou que o Secretário de Estado Adjunto para a Democracia, Direitos Humanos e Trabalho, Barry Lowenkron, colocou o Zimbabwe no topo da sua agenda de conversações com os líderes da União Africana, contactos desenvolvidos à margem da Cimeira que vai realizar-se hoje, em Adis Abeba.

A brutalidade das forças de segurança recebeu uma crítica moderada por parte da África do Sul e de outros importantes países da região, com os EUA a defenderem ser apropriada uma resposta mais forte.

Os jornal oficiais do Zimbabwe acusaram a oposição de ter provocados os violentos acontecimentos de domingo e o próprio presidente Mugabe advertiu de que a oposição irá pagar um preço elevado pelos que designou como uma campanha de violência destinada a afastá-lo do poder.

O porta-voz do Departamento de Estado disse que os comentários de Mugabe estão de acordo com a campanha de intimidação e de repressão que tem caracterizado o seu regime “crescentemente autocrático”.
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