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Ex-Chefe de Gabinete de Cheney Mentiu ao FBI


O antigo chefe de gabinete do presidente Dick Cheney foi considerado culpado em quatro das cinco acusações que lhe foram feitas em tribunal, por mentir e obstrução à justiça, num caso ligado com a revelação da identidade de uma agente secreta da CIA, em 2003. O próprio vice-presidente Dick Cheney manifestou-se “muito desapontado” com a decisão do tribunal.

Lewis “Scooter” Libby, na qualidade de chefe de gabinete de Cheney, foi um dos homens politicamente mais poderosos de Washington.Libby foi considerado culpado de mentir aos investigadores do FBI que faziam parte de uma investigação à revelação da identidade da operacional da CIA na clandestinidade, Valery Plame.

A identidade foi divulgada por um colunista do “Washington Post”, em 2003. O investigador especial que está liderar aquela fuga de informação, Patrick Fitzgerald, quis averiguar se aquela revelação terá partido de alguém na Casa Branca como parte de uma iniciativa para desacreditar o antigo embaixador Joseph Wilson, marido de Valery Plame. Wilson havia acusado a administração Bush de distorcer as informações secretas que levaram à guerra contra o Iraque.

Libby não fez declarações aos jornalistas depois de ouvir a decisão do júri do tribunal. Mas, o seu advogado, Ted Wells, disse estar desapontado: “Tencionamos requer um novo julgamento e, se este for negado, iremos apelar da condenação e temos toda a confiança de que, em última análise, Libby irá vencer esta causa. Estamos em crer, como dissemos no início do julgamento, que ele está totalmente inocente, totalmente inocente e que não fez nada de errado”.

O investigador especial Patrick Fitzgerald também falou aos jornalistas, ao sair do tribunal, depois de ouvido o veredicto: “O júri ficou obviamente convencido, para além de qualquer dúvida razoável, de que o réu mentiu e fez obstrução à justiça numa questão grave. O resultado é triste. É triste porque tínhamos uma situação em que um funcionário governamental de alto nível, de uma pessoa que trabalhava no gabinete do vice-presidente, que obstruiu à justiça e que mentiu sob juramento. Desejaríamos que isso não tivesse acontecido, mas aconteceu”.

Fitzgerald disse que não serão apresentadas acusações adicionais em ligação com esta investigação, iniciada há quatro anos, o que significa que ninguém irá ser acusado pela fuga original da identidade de Valery Plame, como agente secreta da CIA, informação que, eventualmente, acabou por chegar aos órgãos de informação.

Na Casa Branca, a porta-voz adjunta, Dana Perino, disse que o presidente acompanhou as notícias da sentença através da TV e que se sente triste por Lewis Libby e pela sua família: ”O melhor que lhe posso adiantar neste momento é que a reacção do presidente foi a de respeitar a decisão do tribunal, ele respeita a decisão do júri e não iremos fazer mais comentários”.

No Senado, o líder da maioria democrata, Harry Reid, saudou o veredicto aplicado a Libby, afirmando que é altura de alguém na Administração Bush ser responsabilizado pela manipulação das informações secretas que serviram para lançar a invasão do Iraque e para desacreditar aqueles que se opunham à guerra.

Libby pode ser condenado a um máximo de 30 anos de prisão na sequência das acusações agora provadas, mas permanecerá em liberdade até que o juiz profira a sentença, em Maio deste ano.
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