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Angola Implementa Protocolo de Kyoto


A ratificação, pelo Parlamento angolano, do Protocolo de Kyoto não deverá, para já, impôr grandes obrigações a Angola. Aprovado por 160 países, em Dezembro de 1997, o Protocolo de Kyoto impõe mais restrições aos países desenvolvidos pertencentes ao chamado anexo 1, do que aos países do terceiro mundo, que respondem por menos de quatro por cento das emissões que concorrem para o efeito de estufa.

Ainda assim, e de acordo com ministro do Urbanismo e do Ambiente, Sita José, Angola está a preparar respostas para questões que se não foram proteladas pela guerra, foram estimuladas por ela. A desmatação é uma delas. Disse o ministro: “A desmatação data de há muito. Durante décadas, por causa da guerra, populações de vários pontos, sobretudo do interior, não tinham alternativa senão recorrer à lenha e ao carvão como sobrevivência. Isto fez com que ficássemos com grandes superfícies sem cobertura vegetal”.

Os efeitos da intervenção do homem sentem-se todos os dias. O Sul de Angola, aparentemente, é o mais penalizado, porque ali chove menos. Mas, no Norte, se calhar já não deveria chover tanto como chove.

Diz Sita José: “Há previsões de mais chuva no Norte. Luanda já regista também uma alteração da sua temperatura média. De acordo com o nosso Instituto de Meteorologia, de 1995 a 2003, houve uma alteração de 0.7 graus celsius . Isto é preocupante”.

Angola deverá estar mais bem preparada quando for criada a autoridade nacional responsável pela avaliação e pela regulação de projectos compatíveis com o Protocolo . Nos próximos meses, será discutido o programa de adaptação e será feito o inventário nacional das fontes de emissões e das capacidades de absorção do sequestro imposto principalmente pelo carbono.

O projecto mais bem encaminhado neste momento está associado à indústria petrolífera. Diz ainda Sita José: “Nós temos um grande projecto que é a redução da queima de gás associada à extracção de petróleo. Estamos a falar da possibilidade de uma redução acima de 100 milhões de toneladas por ano. É um projecto que está a ser acompanhado pelo Banco Mundial e que deverá arrancar dentro de um ou dois anos. Os preparativos para o estudo sobre o impacto ambiental e sobre o financiamento já estão em andamento. O governo tem este projecto como prioritário, na medida em que ele vai recuperar e transformar o gás que se queima”.

Angola tem também em vista o velho sonho de fazer regressar vários cidadãos às suas terras de origem. Sita José diz que, com isso, travar-se-ia a pressão sobre as cidades, o despovoamento do interior e o campo passaria a ser um grande actor no abastecimento aos grandes centros urbanos.
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