Links de Acesso

Somália: EUA Criticam Afastamento do Presidente do Parlamento


A Secretária de Estado Adjunta americana para os Assuntos Africanos criticou o afastamento do presidente interino do parlamento interino da Somália, Sharif Hassan Sheik Aden. Jenday Frazer disse que aquela decisão prejudica os esforços para resolver pacificamente as divergências entre as diversas forças. Os legisladores somalis votaram, por esmagadora maioria, a favor da destituição do presidente do parlamento interino, durante uma sessão realizada em Baidoa .

Hassan Cheick Aden tinha sido protagonista, no passado mês de Dezembro, de uma derradeira tentativa no sentido de um acordo de paz entre o governo de transição e o Movimento dos Tribunais Islâmicos que, na altura, controlava a capital, Mogadiscio.

As tropas etíopes, apoioando as forças governamentais entraram em Mogadiscio, numa ofensiva militar que culminou na expulsão do poder do Movimento dos Tribunais Islâmicos.

Desde então, funcionários americanos têm vindo a instar os líderes governamentais somalis a encetarem diálogo com as diversas facções internas, num esforço para se conseguir o fim de um conflito, que já dura há 16 anos.

Para a do Secretaria de Estado Assistente para os Assuntos Africanos, Jendayi Frazer, a decisão de demissão do presidente do parlamento vai contra os esforços de reconciliação das faccoes somalis. Disse Frazer: “A imagem do presidente e do primeiro-ministro impulsionando o seu afastamento, vai contra o espírito da reconciliação somali. Portanto, queremos alertar ao governo de transição e os seus apoiantes , para demonstrarem outra tendência, algo diferente”.

Frazer fez estes comentários durante um fórum versando a situação na Somália, promovido pelo Centro Internacional de Estudos Estratégicos, em Washington.

Entre os participantes do fórum, encontrava-se Idd Bedel Mohamed, representante do governo somali junto das Nações Unidas, que defendeu perante os presentes, a decisão de afastamento do líder do parlamento interino: “Trata-se de uma prerrogativa do parlamento somali, decidir o que é bom para a Somália. O presidente do parlamento interpôs uma moção contra o primeiro-ministro, que foi chumbada em duas ocasiões. Portanto, trata-se de um caso em que o feitiço se vira contra o feiticeiro, já que acabou por perder o voto de confiança no parlamento e, esperemos agora, que a comunidade internacional respeite a decisão”.

Apesar do desfecho da votação no parlamento, Jendayi Frazer garantiu que os Estados Unidos vão continuar a apoiar o governo interino da Somália, país que Washington acredita estar perante uma oportunidade ímpar de reconquista da estabilidade, desde o derrube, em 1991, pelos senhores da guerra, do antigo ditador, Mohamed Siad Bare,.

De acordo com Jendayi Frazer os somalis estão cansados da guerra e prontos para a paz: “O mais importante na busca da paz e da reconciliação é estabilidade. Este processo vai depender da disposição do governo de transição de dialogar com as partes e de um processo político de natureza inclusiva. Atingir este objectivo constitui, francamente, o maior desafio do momento”.

Os Estados Unidos prometeram 40 milhões de dólares em assistência humanitária e para a estabilização daquele país.

Parte do dinheiro será utilizado no financiamento da força de estabilização africana ,cujo contingente, ao que tudo indica, devera começar à chegar a Somália já nas próximas semanas.

XS
SM
MD
LG