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O “Banqueiro do Povo” é o Novo Nobel da Paz


O economista do Bangladesh, Muhammed Yunus, qualificou a pobreza como uma ameaça fundamental à paz, ao receber o Prémio Nobel da Paz, em Oslo, na Noruega, durante uma cerimónia oficial de entrega daquele galardão.

Mohammed Yunus, de 60 anos de idade, é um economista a quem muitos designam como “o banqueiro do povo”, e o seu Banco viram atribuído o Prémio Nobel da Paz por terem ajudado milhões de pessoas a saírem do estado de pobreza através de empréstimos em regime de micro-crédito.

O comité que atribui os prémio Nobel qualificou Yunus como “um moderno Ghandi” na ocasião em que entregou o galardão ao criador do sistema de micro-crédito. Yunus disse, na oportunidade, que irá usar uma parte do milhão e 400 mil dólares do prémio que recebeu se destinam a criar uma empresa que irá produzir comida de alta-nutrição para os pobres.

No seu discurso, Yunus descreveu o sucesso dos pequenos empréstimos que o seu banco proporciona, um método que foi copiado noutros países em desenvolvimento, um pouco por todo o mundo: “Hoje em dia, o Banco Grameen tem empréstimos concedidos a cerca de sete milhões de pessoas pobres, 97 por cento das quais são mulheres, em 73 mil localidades no Bangladesh. O Banco Grameen oferece empréstimos sem garantias bancárias para a compra de casas, para bolsas de estudo, concede micro-empréstimos a famílias pobres que queiram formar empresas e oferece uma série de contas a prazo atractivas, fundos de reforma e seguros para os seu membros.”

Entre os que beneficiam do crédito Grameen conta-se Mosammat Taslima Begum, uma mulher do Bangladesh que usou o seu primeiro empréstimo, em 1992, para comprar uma cabra. Hoje em dia uma empresária, Begun esteve também em Oslo para receber o Prémio Nobel em nome dos milhões de pessoas que fazem parte daquela cooperativa bancária.

Mas Yunus afirma que os empréstimos são apenas parte do seu objectivo: “Estamos a criar uma geração totalmente nova que estará bem preparada para arrancar as suas famílias da pobreza. Queremos cortar a continuidade histórica da pobreza”.

Yunus advertiu que a pobreza gera hostilidade e a raiva e que a paz é impossível onde a pobreza existir.

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