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Conversações com o Sudão:Enviado Americano Admite Progressos


O enviado dos EUA para Darfur afirma ter-se registado progresso para pôr fim à guerra em Darfur, na sequência das conversações de alto nível realizadas, na semana passada, na Etiópia.

Andrew Ntasios afirma que, muito embora se não tenha registado um progresso enorme, foram dados passos importantes em Adis Abeba, onde o governo sudanês concordou em princípio com uma força de manutenção da paz híbrida, constituida por elementos da ONU e da União Africana para pôr fim a quase quatro meses de violência na região de Darfur: “Penso que um dos objectivos conseguidos foi o consenso criado entre os líderes africanos, os EUA, a China, a Rússia foi o de que há Estados árabes por detrás de uma tentativa para obter uma solução para Darfur que haja uma operação de manutenção da paz que seja efectiva e eficaz. Em última análise, se não protegermos as pessoas no terreno, isto não será bem sucedido”.

A situação em Darfur tornou-se mais urgente. Desde a assinatura do Acordo de Paz para Darfur, em Maio deste ano, a situação deteriorou-se drasticamente com novas ofensivas governamentais, com combates entre rebeldes e com o aumento das atrocidades cometidas contra os civis.

Nesta atmosfera, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e o presidente da União Africana, , foram os anfitriões do encontro que teve lugar, na quinta-feira da semana passada, em Adis Abeba, para debater a crise e, eventualmente, convencer Cartum a começar a aceitar a ideia do envio de uma força internacional de manutenção da paz para Darfur, uma iniciativa que o Sudão tinha repetidamente recusado.

Natsios disse que o encontro de Adis Abeba produziu uma série de acordos, alguns dos quais o governo de Cartum havia rejeitado anteriormente. Entre estes conta-se um pacote da ONU de apoio à força da União Africana a operar em Darfur: “O MNE do Sudão, Lam Akol, disse na conferência de Adis Abeba que o seu governo aceita, em princípio, um segundo passo, o que não haviam aceitado até essa altura. Por isso, acho que isso foi um passo em frente”.

O apoio da ONU inclui, entre outras coisas, financiamento, apoio logístico e de telecomunicações por parte da ONU, apoio desesperadamente necessário para a missão da União Africana, que necessita de fundos.”

Natsios afirma ainda que outro importante elemento que saiu da reunião de Adis Abeba foi a ideia de que o processo político tem que ser estabelecido antes que a força internacional de manutenção da paz possa actuar com resultados positivos.

O enviado especial americano para Darfur disse que o existente Acordo de Paz para Darfur, assinado entre o governo de Cartum e os vários grupos rebeldes é uma boa base para futuras conversações: “Deveríamos começar com aquele acordo de paz e adicionar-lhe protocolos relativos às questões que falta resolver. Como é o caso das compensações individuais para as pessoas que se encontram nos campos, para aqueles a quem foram roubadas cabeças de gado, para aqueles cujas casas foram destruídas, para o equipamento agrícola que desapareceu, para aqueles que não podem regressar às suas aldeias sem um pacote de ajuda.”

Natsios afirma que ainda há questões que necessitam da aprovação do governo sudanês, incluindo o número extra de tropas da ONU que poderão ser enviadas para constituir a força híbrida formada por elementos da ONU e da união Africana, bem como o comando da referida força.

Mas, Andrew Ntasios advertiu a comunidade internacional para o facto do tempo estar a esgotar-se e exortou o governo sudanês a tomar decisões rapidamente. Disse ele que, antes de 1 de Janeiro, haverá um novo secretário-geral da ONU, um novo Congresso em Washington e o mandato da União Africana irá chegar ao fim.

Nessa altura, ou vemos uma grande mudança ou teremos que adoptar o “Plano B”, com uma abordagem diferente, sem especificar qual será esse “Plano B”.

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